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Untitled - Universidade do Minho

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para a expiação <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>s, estabelecen<strong>do</strong> para isso um conjunto de práticas religiosas<br />

notadamente penitenciais, as quais envolviam as conciências e os corpos.<br />

Como associações voltadas prioritariamente para promoção <strong>do</strong> culto divino, as Ordens<br />

Terceiras se preocupavam sobremaneira em auxiliar as almas no caminho da sua salvação. Esta<br />

preocupação exacerbada com a religiosidade, manifestava-se igualmente na importância que<br />

adquiria entre os seculares a assistência espiritual. Embora, também proporcionassem auxílio<br />

material aos seus associa<strong>do</strong>s, o cuida<strong>do</strong> com a alma ocupava sobremaneira as instituições<br />

terciárias. O menor investimento na assistência material revelava-se nos diminutos gastos<br />

financeiros com essa prática, demonstran<strong>do</strong> que as Ordens Terceiras mantinham no auxílio<br />

espiritual seu principal foco de ação. Entretanto, sublinha-se a importância <strong>do</strong> atendimento<br />

presta<strong>do</strong> aos seus irmãos, os quais muitas vezes encontravam nos institutos terciários suporte<br />

para sua sobrevivência. A assistência buscava atender os seculares empobreci<strong>do</strong>s e enfermos.<br />

Algumas Ordens Terceiras, principalmente aquelas situadas nos maiores núcleos urbanos,<br />

construíram hospitais, porém entre os irmãos terceiros bracarenses e paulistanos não houve<br />

interesse e possibilidade em realizar tal ação. A ausência de hospitais nestas duas localidades,<br />

contu<strong>do</strong>, não significou a falta de atendimento aos irmãos <strong>do</strong>entes, sen<strong>do</strong> possível analisar as<br />

estratégias utilizadas pelas agremiações terciárias para prover seus associa<strong>do</strong>s nos momentos<br />

de enfermidade. Este estu<strong>do</strong>, fundamental para a percepção papel desempenha<strong>do</strong> pelas Ordens<br />

Terceiras no campo assistencial, descortinou um <strong>do</strong>s aspectos ainda bastante desconheci<strong>do</strong><br />

para a generalidade destas instituições, principalmente para aquelas desprovidas de instalações<br />

hospitalares.<br />

Além da assistência aos seus irmãos <strong>do</strong>entes e pobres, as agremiações terciárias<br />

atendiam também os seculares filia<strong>do</strong>s em instituições similares situadas em outras localidades.<br />

Este auxílio poderia manifestar-se no momento da morte, com a <strong>do</strong>ação de mortalhas e a<br />

execução de sepultamentos, ou em esmolas para os que se encontravam em trânsito. Com um<br />

funcionamento articula<strong>do</strong> em alguns aspectos, as Ordens Terceiras proporcionavam aos seus<br />

associa<strong>do</strong>s a garantia de atendimento em to<strong>do</strong>s os locais onde houvesse uma instituição<br />

congênere. Esta característica das Ordens Terceiras, entretanto, manifestava-se com intensidade<br />

distinta, dependen<strong>do</strong> da sua localização, como se depreende pela análise das diferenças entre<br />

as associações de Braga e São Paulo. Apesar das distinções referentes ao conjunto de práticas<br />

assistenciais, estas atividades colaboravam para ampliar o status das agremiações, pois<br />

possuíam eleva<strong>do</strong> valor simbólico.<br />

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