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Untitled - Universidade do Minho

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eram morosas e caras, prejudican<strong>do</strong> as pessoas devi<strong>do</strong> à ausência em suas ocupações e<br />

propriedades. Por isso, a Ordem se queria alargar o seu leque de membros, tinha de se adaptar<br />

às condições existentes e se mostrar mais compreensiva com os que residiam fora <strong>do</strong> meio<br />

urbano.<br />

Estas obrigações, quan<strong>do</strong> não cumpridas, implicavam admoestações e poderiam<br />

impedir o inadimplente de receber o acompanhamento fúnebre e os sufrágios pela sua alma.<br />

Punir os faltosos retiran<strong>do</strong>-lhes a garantia para uma boa morte revela a importância destinada<br />

aos acompanhamentos e sufrágios pios naquela sociedade, ao mesmo tempo que demonstra as<br />

formas de pressão de que a Ordem se servia para dar cumprimento às suas obrigações.<br />

O cuida<strong>do</strong> em estabelecer as obrigações para os irmãos que moravam distantes da sede<br />

da Ordem mostra, igualmente, os limites geográficos de recrutamento. Desde os seus primeiros<br />

anos de existência, que a agremiação paulistana contou com membros que viviam distantes <strong>do</strong><br />

aglomera<strong>do</strong> urbano. Durante o século XVIII, São Paulo e seu termo agrupavam 3.277 fogos 10 ,<br />

dividi<strong>do</strong>s entre o centro populacional e outras localidades periféricas.<br />

Mesmo suportan<strong>do</strong> faltas e inadimplências cometidas pelos irmãos que viviam longe, os<br />

gestores da associação optavam por não circunscrever limites geográficos para recrutamento.<br />

Provavelmente, os poucos anos de existência da instituição não proporcionavam segurança<br />

suficiente, para seus administra<strong>do</strong>res descartarem a entrada de novos membros, independente<br />

<strong>do</strong> local de sua moradia. Situação vivenciada, igualmente, pela instituição <strong>do</strong> Rio de Janeiro que<br />

contava com a participação de mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s engenhos construí<strong>do</strong>s nas vizinhanças <strong>do</strong><br />

aglomera<strong>do</strong> urbano. 11 Por outro la<strong>do</strong>, estas instituições precisavam de ter entre os seus<br />

membros, pessoas com algumas posses e prestígio.<br />

A terceira disposição dedica-se a ressaltar a proibição da entrada de cristãos-novos na<br />

Ordem Terceira. Esse parágrafo revela-se lacônico, pois não descreve outros elementos de<br />

exclusão para os futuros membros <strong>do</strong> sodalício. A precariedade de informações referentes aos<br />

pré-requisitos necessários aos novos associa<strong>do</strong>s nos estatutos contrasta com aquelas<br />

encontradas para outros institutos terciários, tanto no reino quanto na América portuguesa.<br />

10 Número de fogos referente ao ano de 1765, de acor<strong>do</strong> com MARCÍLIO, Maria Luiza – A cidade de São Paulo:<br />

povoamento e população (1750-1850). São Paulo: Pioneira, 1973. p. 103.<br />

11 MARTINS, William de Souza – Membros <strong>do</strong> corpo místico: Ordens Terceiras no Rio de Janeiro (1700-1822)..., pp.<br />

106-107.<br />

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