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Untitled - Universidade do Minho

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Mesmo com as alterações de algumas imagens, to<strong>do</strong>s os santos e santas escolhi<strong>do</strong>s<br />

para representarem a instituição nesse momento fulcral faziam parte da hagiografia de terceiros<br />

franciscanos. Incluin<strong>do</strong> os beatos Lúcio e Bona, primeiros recebe<strong>do</strong>res <strong>do</strong> hábito de seculares<br />

franciscanos, que teriam toma<strong>do</strong> a primeira regra elaborada por São Francisco diretamente de<br />

suas mãos dan<strong>do</strong> início à Ordem Terceira.<br />

Apesar de algumas diferenças na escolha das imagens, alguns santos eram<br />

recorrentemente utiliza<strong>do</strong>s na procissão de Cinzas: São Francisco, São Luís rei de França, Santa<br />

Rosa de Viterbo e Santa Isabel, Rainha de Portugal 78. Estes se destacam entre as imagens mais<br />

comuns na procissão das Ordens Terceiras em diferentes localidades <strong>do</strong> reino e da América<br />

portuguesa (cf. Livro 3, Cap. 6).<br />

A presença evidente de personagens, <strong>do</strong> século XIII, demonstra a necessidade de<br />

destacar a fundação e o momento inicial da Ordem Terceira. Ao divulgar as suas origens e<br />

aqueles que inicialmente se destacaram como membros, a instituição se auto valorizava ao<br />

mesmo tempo em que propagava seus fundamentos. Essa divulgação também englobava uma<br />

carga didática importante lembran<strong>do</strong> aos fiéis a importância da penitência para auxiliar na<br />

salvação da alma. Paralelamente, através <strong>do</strong>s an<strong>do</strong>res, as cenas ordenadas ilustravam a história<br />

das Ordens Terceiras franciscanas e seu papel no contexto religioso da época.<br />

Também, destacavam-se as figuras reais ligadas a instituição (Santa Isabel rainha de<br />

Portugal, São Luís rei de França). Associar reis e rainhas à Ordem Terceira denotava maior<br />

visibilidade ao sodalício, demonstran<strong>do</strong> a adesão das Casas Reais a estas instituições,<br />

valorizan<strong>do</strong> paralelamente suas origens e associa<strong>do</strong>s.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, com seus varia<strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s, os an<strong>do</strong>res e as suas imagens tornavam-<br />

se componentes de grande carga sentimental e apelativa aos participantes <strong>do</strong> evento.<br />

78 A respeito das imagens nos an<strong>do</strong>res em diferentes procissões de Cinzas ler Estatutos e Regra da Ordem Terceira de<br />

São Francisco da cidade <strong>do</strong> Porto. Lisboa: Oficina de Manoel Soares Vivas, 1751. pp. 16-19; CAMPOS, Adalgisa<br />

Arantes – As ordens terceiras de São Francisco nas Minas coloniais: cultura artística e procissão de Cinzas. Estu<strong>do</strong>s de<br />

História. Nº 2 (1999). 127; FERREIRA, J. A. Pinto – Os majestosos an<strong>do</strong>res da procissão de cinza. Separata <strong>do</strong> Boletim<br />

Cultural da Câmara Municipal <strong>do</strong> Porto. vol. XXIX (1967). 5-63; PEREIRA, João Maria <strong>do</strong>s Reis – A procissão de cinza<br />

de Vila <strong>do</strong> Conde. In Separata de Vila <strong>do</strong> Conde. Barcelos: Tipografia Vitória, 1963. pp. 11-14; QUITES, Maria Regina<br />

Emery – Imagem de Vestir: revisão de conceitos através de estu<strong>do</strong> comparativo entre as Ordens Terceiras Franciscanas<br />

no Brasil. Campinas: <strong>Universidade</strong> Estadual de Campinas (Unicamp), 2006. Tese de Doutoramento. Policopiada. p.<br />

82.<br />

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