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Untitled - Universidade do Minho

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Igualmente, constata-se que os gastos com as celebrações litúrgicas sofreram profundas<br />

mudanças entre o início <strong>do</strong> século XVIII e a centúria seguinte. O pagamento de diversas missas<br />

no decorrer <strong>do</strong> ano e aquelas destinadas aos irmãos faleci<strong>do</strong>s requeriam <strong>do</strong> sodalício<br />

disponibilidade financeira (cf. Livro 2, Cap. 8). Juntamente com a “manutenção <strong>do</strong> culto divino”,<br />

no qual inserem-se os gastos com cera, azeite, vinho e hóstias – as despesas com as cerimônias<br />

no templo, entre 1708-1736, consumiam 16% das rendas da Ordem. Porém, a partir final de<br />

setecentos, essas despesas ampliaram-se consideravelmente, tornan<strong>do</strong>-se na despesa primordial<br />

da agremiação. Isso refletia a amplicação no número de celebrações e um grande dispêndio<br />

para manter as cerimônias no templo. O aumento nos preços cobra<strong>do</strong>s pelos padres para a<br />

execução das missas também afetou a despesa. Em 1797, os gestores concluíram que “por se<br />

achar por dizer as missas de nossos irmãos defuntos por não haverem clérigos que as querão<br />

dizer pela esmola de cem reis, se determinou se mandasse dizer pela esmola de cento e vinte<br />

reis por ser esta a esmola ordinária nas principais corporaçoens desta cidade”. 89 Deste mo<strong>do</strong>, os<br />

administra<strong>do</strong>res da Ordem tentaram eximir-se das alterações nos valores cobra<strong>do</strong>s pelos<br />

sacer<strong>do</strong>tes, mas o atraso na execução das celebrações incentivou a adequação aos novos<br />

preços. 90<br />

Destacam-se, também, entre as despesas os gastos com as obras e a manutenção da<br />

igreja. No início de setecentos, os irmãos terceiros esmeraram-se para edificar seu templo. Essa<br />

construção exigiu grandes cabedais nesse momento (cf. Livro 2, Cap. 1). No segun<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>,<br />

1777-1819, principalmente a manutenção da igreja consumiu parte <strong>do</strong>s rendimentos.<br />

Quanto aos valores gastos com ordena<strong>do</strong>s, também revelaram-se baixos. A Ordem<br />

Terceira possuía poucos assalaria<strong>do</strong>s. Dois homens responsabilizavam-se pelo cuida<strong>do</strong> e<br />

limpeza da igreja, enquanto uma mulher lavava as alfaias e disponibilizava as hóstias. Para<br />

cuidar <strong>do</strong>s processos judiciais foi contrata<strong>do</strong> um procura<strong>do</strong>r. Em finais <strong>do</strong> século XVIII, a<br />

instituição também mantinha um organista para abrilhantar as festas religiosas. Por ser diminuto<br />

o número de assalaria<strong>do</strong>s, esses despesa demandava poucos recursos. Como não possuía<br />

(Dir.) – História de Portugal: no alvorecer da Modernidade (1480-1620). vol. 4. Lisboa: Círculo de Leitores, 1993. pp.<br />

72-73.<br />

89 AOTB, Livro 8º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 85v.<br />

90 A importância das celebrações litúrgicas no cotidiano das associações e para os fiéis foi analisada por ARAÚJO, Ana<br />

Cristina – A morte em Lisboa. Atitudes e representações 1700-1830..., pp. 320, 387-388.<br />

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