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Untitled - Universidade do Minho

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qual chegou a considerá-los um <strong>do</strong>s problemas para o governo da diocese. 26 Esse efetivo<br />

eclesiástico, tal como em outras cidades, decorria da atração exercida pelos centros urbanos, os<br />

quais concentravam locais de culto, onde havia enorme quantidade de missas sen<strong>do</strong> celebradas,<br />

principalmente em intenção aos defuntos. 27<br />

A a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong>s padres ao instituto terciário decorria, muito provavelmente, devi<strong>do</strong> às<br />

oportunidades oferecidas aos irmãos eclesiásticos. Além da primazia na celebração de missas<br />

na igreja da Ordem Terceira, os religiosos poderiam manter-se no sodalício sem pagar as taxas<br />

anuais celebran<strong>do</strong> três missas anualmente pelos irmãos defuntos. Esta possibilidade minimizava<br />

os gastos com a filiação na Ordem Terceira, porém assegurava to<strong>do</strong>s os auxílios espirituais e<br />

corporais ofereci<strong>do</strong>s aos irmãos.<br />

Segui<strong>do</strong>s aos eclesiásticos constavam os homens liga<strong>do</strong>s ao comércio. Esse grupo<br />

incluía homens com diferentes cabedais, tais como os grandes comerciantes ou caixeiros.<br />

O comércio mostrava-se desenvolvi<strong>do</strong> em Braga, no século XVIII, pois a cidade abastecia<br />

um merca<strong>do</strong> tanto leigo quanto religioso exigente de luxo e ostentação. Como sede <strong>do</strong><br />

arcebispa<strong>do</strong> concentrava a elite eclesiástica da região, paralelamente, ás inúmeras igrejas e<br />

capelas que necessitavam de paramentos e alfaias condizentes à grandeza da cidade. Esse<br />

comércio ligava-se, principalmente, à cidade <strong>do</strong> Porto, de onde chegavam os produtos<br />

importa<strong>do</strong>s. 28 Apesar de possuir visibilidade numérica e mesmo financeira entre seus<br />

conterrâneos, o setor mercantil bracarense, devi<strong>do</strong> à própria constituição social da cidade e <strong>do</strong><br />

peso exerci<strong>do</strong> pela aristocracia, nunca conseguiu atingir posições de destaque em instituições da<br />

governabilidade local, por exemplo. 29<br />

26 A respeito <strong>do</strong> excessivo número de clérigos em Braga ver FERREIRA, Ana Cunha; CAPELA, José Viriato – Braga<br />

Triunfante ao tempo das memórias paroquiais de 1758. Braga: Compolito, 2002. pp. 169-172.<br />

27 “A atração <strong>do</strong>s grandes aglomera<strong>do</strong>s era compreensível. Aí se encontravam maiores e melhores recursos. Os cabi<strong>do</strong>s<br />

das sés, os aparelhos administrativos e judiciais das dioceses, os tribunais da inquisição, as colegiadas, um maior<br />

número de igrejas paroquiais, um gigantesco número de capelas com obrigação de milhares de missas, to<strong>do</strong>s lugares<br />

que forneciam possibilidades de colocação <strong>do</strong> clero”. Conforme PAIVA, José Pedro – Clérigos. In AZEVEDO, Carlos<br />

Moreira. (Dir.) – História Religiosa de Portugal. vol. 2. Lisboa: Círculo de Leitores, 2000. p. 212.<br />

28 Conforme CAPELA, José Viriato – O Município de Braga de 1750 a 1834..., 224.<br />

29 A câmara municipal, em Braga, durante o Antigo Regime foi analisada por CAPELA, José Viriato – O Município de<br />

Braga de 1750 a 1834..., 223.<br />

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