13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

a instituição. A cera era um bem caro e a sua despesa preocupava todas as instituições que a<br />

usavam em grande quantidade.<br />

Em “outros” foram arrola<strong>do</strong>s os gastos com papel para feitio de livros, despesas<br />

judiciais, feitio de mobiliário para a instituição, entre outros. Como a Ordem Terceira só possuiu<br />

um funcionário, optou-se por não criar uma categoria somente para essa despesa. Também<br />

entre os “outros” arrolamos os serviços presta<strong>do</strong>s esporadicamente a Ordem, como para<br />

pessoas que limpavam o pátio, por exemplo.<br />

Além destas despesas, em 1788, os gestores da Ordem necessitaram de realizar<br />

empréstimo, no valor de 2:800$000, para auxiliar no pagamento <strong>do</strong>s gastos durante a<br />

construção de sua igreja. 1292 Esta operação, designada por “dívidas da Ordem”, provocou o<br />

pagamento de juros ao longo <strong>do</strong>s anos, sen<strong>do</strong> apontadas entre as despesas <strong>do</strong> síndico, ainda<br />

em 1797. 1293 A data de liquidação desta dívida não foi revelada pela <strong>do</strong>cumentação, entretanto<br />

observa-se a permananência dessa despesa até o final <strong>do</strong> século XVIII. A realização de<br />

empréstimos entre instituições mostrava-se bastante comum no perío<strong>do</strong>, também a Ordem<br />

secular de Braga utilizou essa estratégia para obter fun<strong>do</strong>s durante a construção de sua capela-<br />

mor (cf. Livro 2, Cap. 5). A similaridade demonstra que nos momentos de realização de grandes<br />

depesas, durante a edificação de templos, por exemplo, as agremiações terciárias recorriam ao<br />

merca<strong>do</strong> creditício para suprir seus rendimentos, não medin<strong>do</strong> esforços para realizar seus<br />

intentos. Destaca-se, por conseguinte, a valorização dispensada à edificação de igreja própria<br />

entre essas agremiações ciosas em conquistar sua independência em relação aos frades<br />

mendicantes (cf. Livro 3, Cap. 4), mas também de sobressaírem-se diante de outras associações<br />

de leigos nas suas comunidades.<br />

A partir da análise <strong>do</strong>s gastos efetua<strong>do</strong>s pela Ordem secular atesta-se o investimento <strong>do</strong><br />

sodalício nas missas. Estas celebrações litúrgicas eram realizadas no decorrer <strong>do</strong> ano em<br />

intenção <strong>do</strong>s irmãos vivos e defuntos, por conseguinte, esse total não representa somente as<br />

missas realizadas pelos legatários e faleci<strong>do</strong>s. A falta de precisão de alguns registros não permite<br />

avaliar para to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> os montantes destina<strong>do</strong>s especialmente para a realização <strong>do</strong>s<br />

lega<strong>do</strong>s pios. Porém, quan<strong>do</strong> os síndicos apontavam com maior rigor as suas contas, reflete-se o<br />

diminuto valor gasto com esse tipo de celebrações. Em 1797, por exemplo, a Ordem despendeu<br />

1292 AOTSP, Livro II de termos, fl. 127.<br />

1293 AOTSP, Livro de receita e despesa <strong>do</strong> síndico 1782, fls. 56, 58v.<br />

468

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!