13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

professarem em conventos, contu<strong>do</strong> não especificaram quais eram as instituições. O primeiro<br />

pediu, em 1707, 400 mil réis 48 e o segun<strong>do</strong>, em 1715, contraiu uma dívida de 210 mil réis.<br />

5.4 - Os lega<strong>do</strong>s<br />

Outra importante fonte de recursos para a Ordem Terceira de Braga foram os lega<strong>do</strong>s. A<br />

presença das <strong>do</strong>ações pias para o perío<strong>do</strong>, persistiu durante a segunda metade <strong>do</strong> século XVIII e<br />

início <strong>do</strong> século XIX incrementan<strong>do</strong> as receitas da Ordem. As motivações para os testa<strong>do</strong>res<br />

estabelecerem esses lega<strong>do</strong>s, conforme as crenças relacionadas a salvação da alma,<br />

propiciaram o crescimento econômico de associações leigas e religiosas durante o Perío<strong>do</strong><br />

Moderno (cf. Livro 2, Cap. 8).<br />

Porém, essa situação vivenciada pela agremiação terciária bracarense constrasta com<br />

outras associações de leigos, as quais a redução <strong>do</strong>s lega<strong>do</strong>s fomentou a redução das receitas. 49<br />

Diversos fatores provocaram a diminuição na procura por bens de salvação disponibiliza<strong>do</strong>s<br />

pelas instituições leigas e religiosas. Primeiramente, o descrédito da população diante da falta de<br />

rigor no cumprimento <strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> entre testa<strong>do</strong>r e as instituições. O acúmulo de missas,<br />

bastante evidente em algumas associações desde finais <strong>do</strong> século XVII, provocara a busca de<br />

redução <strong>do</strong>s sufrágios através de solicitações feitas aos Pontífices. Essas alterações <strong>do</strong>s<br />

contratos, posterior a celebração <strong>do</strong> acorda<strong>do</strong>, suscitava desconfiança entre fiéis ciosos em<br />

proteger sua entrada no além-mun<strong>do</strong>. 50 Desse mo<strong>do</strong>, cresceu o descrédito entre a comunidade<br />

ao revelar-se a incapacidade das agremiações de gerir os montantes destina<strong>do</strong>s às celebrações<br />

litúrgicas perpétuas, inviabilizan<strong>do</strong> a manutenção das últimas vontades <strong>do</strong>s testa<strong>do</strong>res.<br />

48 ADB, Livro de Notas (1ª série), nº. 521, fls. 15-17.<br />

49 A diminuição no recebimento de lega<strong>do</strong>s pios nas Santas Casas da Misericórdia foi analisada por ABREU, Laurinda –<br />

Purgatório, Misericórdias e caridade: condições estruturantes da assistência em Portugal (XV-XIX). Dynamis. ACTA<br />

HISPANICA AD MEDICIAE SCIENTIARUMQUE HISTORIAN ILLUSTRANDUM. Nº 20 (2000). 395-415; ARAÚJO, Maria<br />

Marta Lobo de – Dar aos pobres e emprestar a Deus: as Misericórdias de Vila Viçosa e Ponte de Lima (séculos XVI-<br />

XVIII)..., p. 464; COSTA, Américo Fernan<strong>do</strong> da Silva – A Santa Casa da Misericórdia de Guimarães 1650-1800<br />

(caridade e assistência no meio vimaranense <strong>do</strong>s séculos XVII e XVIII)..., p. 82.<br />

50 Sobre o descréti<strong>do</strong> das associações de leigos como entidades promotoras da salvação das almas entre a população<br />

setecentista ler ABREU, Laurinda – Purgatório, Misericórdias e caridade: condições estruturantes da assistência em<br />

Portugal (XV-XIX)..., 395-415.<br />

194

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!