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Untitled - Universidade do Minho

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populacional constante, totalizan<strong>do</strong> 435% entre 1690 e 1765, revela a dinamização da região no<br />

perío<strong>do</strong>. 979<br />

To<strong>do</strong> este conjunto de mudanças, de caráter político-administrativo, econômico e social<br />

provocou alterações no cenário religioso da cidade.<br />

O desenvolvimento <strong>do</strong> comércio e o crescimento populacional, incluin<strong>do</strong> um maior<br />

número de escravos negros, ampliaram o número de associações de leigos na cidade.<br />

Durante a primeira metade <strong>do</strong> século XVIII, formaram-se as irmandades de Nossa<br />

Senhora <strong>do</strong> Rosário <strong>do</strong>s Homens Pretos, de Nossa Senhora <strong>do</strong> Pilar, de Nossa Senhora <strong>do</strong>s<br />

Remédios, de Nossa Senhora da Boa Morte e de São Miguel e Almas. 980<br />

Deste mo<strong>do</strong>, no seu conjunto, as agremiações paulistanas demonstravam a eficácia da<br />

difusão das devoções tridentinas na região. A partir <strong>do</strong>s números de agremiações e das<br />

devoções prioritárias para os fiéis vislumbra-se a assimilação das premissas da Reforma Católica<br />

difundidas pelos membros <strong>do</strong> clero, tanto secular quanto regular, no perío<strong>do</strong>. 981<br />

A edificação de algumas agremiações corresponde, portanto, às devoções impulsionadas<br />

durante o Perío<strong>do</strong> Moderno. No pós-Trento difundiram-se as devoções a “Cristo (Santísimo<br />

Sacramento y meditación sobre la pasión), María (el Rosario como aglutinante de devociones<br />

marianas precedentes) y las Almas del Purgatorio (superponién<strong>do</strong>se a las creencias<br />

preexistentes sobre las almas y el más allá”. 982 Assim sen<strong>do</strong>, as associações mais incentivadas<br />

979 A respeito <strong>do</strong> crescimento demográfico de São Paulo ler MARCÍLIO, Maria Luiza – Crescimento demográfico e<br />

evolução agrária paulista 1700-1836..., p. 71.<br />

980 Embora, as referidas associações de leigos estivessem em funcionamento, ao final da primeira metade <strong>do</strong> século<br />

XVIII, não é possível constatar a data exata da formação da maioria das irmandades em São Paulo, devi<strong>do</strong> ao extravio<br />

ou deterioração <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos. Porém, é possível indicar as datas de constituição da Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosário e<br />

Nossa Senhora <strong>do</strong> Pilar em 1711, de Nossa Senhora <strong>do</strong>s Remédios em 1722, de Nossa Senhora da Boa Morte em<br />

1728 e de São Miguel e Almas em 1730. Sobre as irmandades em São Paulo ler SANTOS, Maria da Conceição –<br />

Irmandades e confrarias em São Paulo Colonial..., pp. 261-262; FILHO, F. Nardy – As antigas igrejas de São Paulo...,<br />

pp. 97-116; WERNET, Augustin – São Paulo: os religiosos na Colônia..., pp. 187-188.<br />

981 Como salientou Laurinda Abreu, para o contexto de Setúbal “a análise <strong>do</strong> movimento confraternal torna possível<br />

avaliar com alguma precisão os efeitos da assimilação da mensagem tridentina”. ABREU, Laurinda – Memórias da<br />

alma e <strong>do</strong> corpo. A Misericórdia de Setúbal na modernidade. Viseu: Palimage, 1999. p. 82.<br />

982 MANTECÓN MOVELLÁN, Tomás Antonio – Contrarreforma y religiosidad popular em Cantabria. Las confradías<br />

religiosas. Cantabria: Universidad de Cantabria, 1990. p. 42.<br />

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