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Untitled - Universidade do Minho

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Catarina. O relevo denotava a região paulistana “um verdadeiro núcleo <strong>do</strong> sistema topográfico da<br />

região” 931 , possibilitan<strong>do</strong> a expansão desbrava<strong>do</strong>ra e coloniza<strong>do</strong>ra.<br />

A movimentação constante <strong>do</strong>s paulistanos aos sertões provocou a ocupação de<br />

distintos espaços e configurou o aglomera<strong>do</strong> urbano como centro político-administrativo da<br />

região. 932<br />

Diferencian<strong>do</strong>-se sensivelmente de outras áreas ocupadas pelos portugueses,<br />

principalmente <strong>do</strong> Nordeste, os mora<strong>do</strong>res de São Paulo desenvolveram a agricultura e o<br />

comércio utilizan<strong>do</strong> os nativos como mão-de-obra preferencial. Para atender à demanda por<br />

trabalha<strong>do</strong>res, os paulistas praticavam o apresamento de indígenas no interior. Apesar da<br />

realização destas campanhas desde o século XVI, foi no século seguinte que os paulistas<br />

aprimoraram as expedições, denominadas bandeiras, de apresamento de nativos. Em<br />

seiscentos, as bandeiras tornaram-se maiores e melhor organizadas. Essas expedições,<br />

igualmente, começaram a se deslocar para áreas mais interioranas, direcionadas a Sul e<br />

Su<strong>do</strong>este, em busca <strong>do</strong>s indígenas.<br />

Algumas bandeiras foram elaboradas como as milícias. Em 1628, a bandeira de Antônio<br />

Raposo Tavares, embora não se constituin<strong>do</strong> num caso vulgar, contou com a participação de<br />

numerosos europeus e mais de mil indígenas. A organização dessa expedição feita em quatro<br />

companhias, acompanhadas de bandeiras e chefiadas por capitães possuiu notadamente traços<br />

militares. Como salientou o investiga<strong>do</strong>r John Monteiro “embora tais inovações estratégicas não<br />

tivessem si<strong>do</strong> incorporadas às práticas subseqüentes de apresamento, significaram um<br />

rompimento decisivo com as anteriores, na medida em que substituíram de vez as relações de<br />

intercâmbio e aliança pelas de força e violência.” 933<br />

Apesar dessas missões de apresamento objetivarem capturar principalmente os<br />

guaranis, os paulistas estabeleciam contato com distintos grupos indígenas, os quais acabavam<br />

sen<strong>do</strong> manipula<strong>do</strong>s com vista à obtenção de cativos. O sistema desenvolvi<strong>do</strong> para a apreensão<br />

<strong>do</strong>s nativos envolvia, portanto, complexas relações entre portugueses e nativos. Delas surtiram<br />

931 Sobre a formação <strong>do</strong>s caminhos para o sertão realizada pelos paulistas leia-se HOLANDA, Sérgio Buarque – História<br />

Geral da Civilização Brasileira. Tomo I. São Paulo: Difusão Européia <strong>do</strong> Livro, 1960. p. 276.<br />

932 O processo de ocupação da região foi analisa<strong>do</strong> por HOLANDA, Sérgio Buarque de – Caminhos <strong>do</strong> sertão. Revista de<br />

História. Nº 57 (1964). 69-111.<br />

933 MONTEIRO, John Manuel – Negros da terra. Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo..., p. 72.<br />

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