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Untitled - Universidade do Minho

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O montantes recebi<strong>do</strong>s pelos tesoureiros entre 1777-1819 somaram 39:266$023 réis.<br />

Contu<strong>do</strong>, apesar <strong>do</strong> total mostrar-se mais significativo quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com o espaço<br />

temporal anterior, o perío<strong>do</strong> engloba um intervalo maior, sen<strong>do</strong> a média anual das rendas de<br />

934$905 réis, isto é, inferior ao perío<strong>do</strong> anterior já analisa<strong>do</strong>. A queda nos rendimentos globais<br />

decorreu por diversifica<strong>do</strong>s motivos, destan<strong>do</strong>-se a diminuição <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong>s lega<strong>do</strong>s, a grande<br />

inadimplência <strong>do</strong>s prestamistas e um controle maior exerci<strong>do</strong> pela Coroa sobre essas<br />

instituições, após 1790. 11 Apesar da diminuição nos rendimentos, destaca-se que os montantes<br />

angaria<strong>do</strong>s pela agremiação bracarense mostrava-se eleva<strong>do</strong> em relação aqueles manipula<strong>do</strong>s<br />

pela associação paulistana, para o mesmo perío<strong>do</strong> (cf. Livro 3, Cap. 5).<br />

Portanto, a receita da instituição diminuiu em relação às primeiras décadas <strong>do</strong> século<br />

XVIII. Contu<strong>do</strong>, mesmo diante da redução <strong>do</strong>s rendimentos, as contas elaboradas pelos<br />

tesoureiros, entre 1777-1819, revelam a estabilidade econômica da instituição face as<br />

dificuldades enfrentadas em Portugal neste perío<strong>do</strong>. Somente, em 1800, os defini<strong>do</strong>res<br />

ressaltaram os problemas ocasiona<strong>do</strong>s pela falta de pagamento <strong>do</strong>s juros pelos deve<strong>do</strong>res, o<br />

que prejudicava naquele momento enormemente a gestão <strong>do</strong> sodalício. 12<br />

Durante a ocupação francesa na cidade de Braga, os irmãos terceiros não tiveram suas<br />

rendas completamente abaladas. Contu<strong>do</strong>, a ocupação <strong>do</strong>s franceses na cidade, em 1808,<br />

inviabilizou as cerimônias religiosas durante a Semana Santa. Além da proibição das festas<br />

públicas, os franceses saquearam a instituição. Os irmãos terceiros conseguiram preservar o seu<br />

capital monetário guarda<strong>do</strong> no cofre – fecha<strong>do</strong> por três diferentes chaves, entregues a distintos<br />

membros da Mesa –, porém os franceses lucraram 100$000 réis. 13 Essa quantia estava, em<br />

1808, em mãos <strong>do</strong> tesoureiro José Coelho de Miranda Leão, o qual em vista da invasão tentou<br />

guardar o dinheiro. No entanto, essa tentativa de preservar o dinheiro foi frustrada, pois os<br />

irmãos possui<strong>do</strong>res das chaves <strong>do</strong> cofre não foram localiza<strong>do</strong>s. Como o tesoureiro agiu<br />

11 A propósito da interferência da Coroa nas finanças das Ordens Terceiras veja-se LOPES, Maria Antónia – Intervenção<br />

da Coroa nas instituições de protecção social de 1750 a 1820. Revista de História das Ideias. vol. 29. (2008). 166.<br />

12 AOTB, Livro 8º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 112v.<br />

13 A existência de cofres com chaves entregues a distintas pessoas, sen<strong>do</strong> somente abertos com a presença de to<strong>do</strong>s<br />

fazia parte <strong>do</strong> cotidiano de outras associações de leigos, tais como as Santas Casas da Misericórdia. SÁ, Isabel <strong>do</strong>s<br />

Guimarães – As Misericórdias portuguesas de D. Manuel I a Pombal. Lisboa: Livros Horizonte, 2001. p. 53.<br />

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