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Untitled - Universidade do Minho

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Atesta-se, assim, que a distribuição de esmolas não decorria sem uma prévia análise<br />

das solicitações <strong>do</strong>s requerentes. Os carencia<strong>do</strong>s deveriam fazer um pedi<strong>do</strong> escrito à Mesa<br />

adminitrativa. 1510 Em 1776, os gestores da Ordem estabeleceram os procedimentos relativos as<br />

<strong>do</strong>ações monetárias, reforçan<strong>do</strong> a necessidade da aprovação das petições pela Mesa e <strong>do</strong> feitio<br />

de recibos que comprovassem a entrega <strong>do</strong> dinheiro ao solicitante. 1511<br />

Este procedimento era igualmente realiza<strong>do</strong> em outras organizações terciárias, ou seja,<br />

os irmãos pobres deveriam elaborar uma petição dirigida ao órgão gestor para requisitar o<br />

necessário auxílio.<br />

Entre 1771-1781, foram registra<strong>do</strong>s nos livros de termos da Mesa oito requerimentos de<br />

esmolas. 1512 O diminuto número não reflete a globalidade de pedi<strong>do</strong>s e das <strong>do</strong>ações feitas pela<br />

Ordem Terceira no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong>. As solicitações não foram registradas com rigor,<br />

pois, entre 1782 e 1793, encontramos despesas relacionadas ao provimento de esmolas a<br />

irmãos pobres. 1513 A ausência de registros nos livros de termos referentes aos requerimentos<br />

<strong>do</strong>s membros carencia<strong>do</strong>, sugere a subjetividade das anotações, os quais dependiam<br />

estritamente da disposição <strong>do</strong> secretário em apontá-las.<br />

Mesmo sen<strong>do</strong> bastante diminuta a quantidade de informações a respeito <strong>do</strong>s solicitantes<br />

pode-se observar, mesmo que parcialmente, quem eram esses pobres e os valores que<br />

receberam. Todas as solicitações referem-se à pobreza <strong>do</strong> requerente ou à sua “mizeria”.<br />

Somente numa das petições foram citadas outras características, sen<strong>do</strong> registra<strong>do</strong> que “por<br />

constar que estava enfermo o irmao antonio da costa rodrigues e por ser pobre determinou a<br />

meza que o irmao sindico actual manoel teixeira coelho assistisse ao dito irmão”. 1514<br />

A relação entre pobreza e <strong>do</strong>ença mostrava-se bastante comum nas sociedades<br />

setecentistas. A fome decorrente da falta de recursos facilitava o aparecimento de moléstias,<br />

1510 A respeito <strong>do</strong> caráter seletivo na prática assistencial, no Perío<strong>do</strong> Moderno, veja-se SÁ, Isabel <strong>do</strong>s Guimarães –<br />

Assistência. Época Moderna e Contemporânea. In AZEVEDO, Carlos Moreira (Dir.) – Dicionário de História Religiosa de<br />

Portugal. vol. 1..., p. 140.<br />

1511 AOTSP, Livro II de termos, fl. 65.<br />

1512 AOTSP, Livro II de termos, fls. 49v., 50v., 51-52, 80v.<br />

1513 AOTSP, Livro de Receita e Despesa 1782, fls. 5v., 9, 12v, 48v.<br />

1514 AOTSP, Livro II de termos, fl. 49v.<br />

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