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Untitled - Universidade do Minho

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a mesma Ordem a ter prejuizo na satisfaçao <strong>do</strong>s sufragios, em dar-lhes habitos para sepultar-se;<br />

esmolas para sustentar-se.” 1518<br />

Perante esta situação, decidiram aumentar a taxa de entrada cobradas às mulheres a<br />

partir daquele ano.<br />

A presença maciça de mulheres entre os terceiros franciscanos atesta as dificuldades<br />

que enfrentavam as senhoras na época. Em Portugal, as mulheres também se destacavam entre<br />

aqueles que recebiam a assistência das instituições. Consideradas “incapazes de por si só se<br />

conservarem dignas” 1519 tornavam-se num grupo preferencial de assistência quer no esta<strong>do</strong> de<br />

viúvas, de solteiras e quan<strong>do</strong> eram órfãs.<br />

Além <strong>do</strong> auxílio monetário aos seus membros pobres os terceiros franciscanos de São<br />

Paulo, preocuparam-se também com os irmãos enfermos. Como a instituição não edificou<br />

hospital, o atendimento <strong>do</strong>miciliar caracterizou a assistência aos <strong>do</strong>entes.<br />

Inicialmente, a composição da Mesa, em 1717, contava com <strong>do</strong>is gestores denomina<strong>do</strong>s<br />

“enfermeiros”. 1520 Contu<strong>do</strong>, além da ausência de descrições sobre as responsabilidades deste<br />

cargo, a partir de 1718, não voltam a eleger “enfermeiros” para o órgão gestor.<br />

Em 1789, aparece novamente o cargo de “enfermeiro” entre os seculares paulistanos. A<br />

determinação <strong>do</strong> padre comissário, no ano anterior, ratifican<strong>do</strong> a importância <strong>do</strong>s enfermeiros<br />

para o atendimento aos irmãos <strong>do</strong>entes, provocou esta alteração. De acor<strong>do</strong> com as sugestões<br />

<strong>do</strong> frade franciscano, aprovadas pela Mesa, para ocupar o lugar de “enfermeiro” deveria ser<br />

selecionada pessoa de “contheuda probidade, e ardente zelo de caridade”. 1521<br />

A parca valorização <strong>do</strong> auxílio aos <strong>do</strong>entes entre os irmãos paulistanos atestada pelo<br />

retorno <strong>do</strong> cargo de “enfermeiro”, somente em finais <strong>do</strong> século XVIII, demonstra algum contraste<br />

com suas congêneres, tanto da América quanto de Portugal.<br />

Os bracarenses, por exemplo, possuíam um visita<strong>do</strong>r de enfermos, desde 1742, o qual<br />

auxiliava os irmãos <strong>do</strong>entes na cidade (cf. Livro 2, Cap. 8).<br />

Entre os seculares de Mariana, Brasil, seus estatutos, aprova<strong>do</strong>s em 1765, reiteravam<br />

que o “enfermeiro” ficava responsável por certificar-se da saúde <strong>do</strong>s irmãos, encarregan<strong>do</strong>-se de<br />

1518 AOTSP, Livro de actas e termos, fl. 43.<br />

1519 ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – Rituais de caridade na Misericórdia de Ponte de Lima (Séculos XVII-XIX) .., p. 24.<br />

1520 AOTSP, Livro das eleições 1714-1799, fls. 4-5v.<br />

1521 AOTSP, Livro II de termos, fl. 131v.<br />

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