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Untitled - Universidade do Minho

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femininas da época. Estas irmãs terceiras trabalhavam prioritariamente nos serviços da casa,<br />

em moradias da cidade. Interessante ressaltar que entre as 52 mulheres registradas como<br />

criadas ou assistentes, duas eram viúvas e 33 solteiras. Esses números evidenciam a<br />

necessidade de trabalhar, fora de seu <strong>do</strong>micílio, entre aquelas mulheres sozinhas. Torna-se<br />

importante destacar que as mulheres casadas desenvolviam diversas atividades relacionadas à<br />

administração de suas casas 50, contu<strong>do</strong>, esses serviços não são cita<strong>do</strong>s na <strong>do</strong>cumentação. Os<br />

registros destacavam somente aquelas mulheres solteiras, trabalha<strong>do</strong>ras em casa de outrem.<br />

Provavelmente, buscavam seu sustento e a formação de um possível <strong>do</strong>te para casamento 51,<br />

encontran<strong>do</strong> no trabalho <strong>do</strong>méstico a via mais segura para atingir esses objetivos.<br />

As outras profissões informadas para as mulheres foram: uma padeira, uma lavadeira,<br />

uma tendeira, duas amas e três professoras. 52<br />

Deste mo<strong>do</strong>, as mulheres na Ordem Terceira franciscana de Braga, mesmo não sen<strong>do</strong> a<br />

maioria, mostravam-se numericamente expressivas. Igualmente, provinham de diferentes<br />

situações tanto econômicas quanto sociais.<br />

3.3 - As ocupações <strong>do</strong>s irmãos da Mesa<br />

A composição da Mesa da Ordem Terceira bracarense, as funções <strong>do</strong>s distintos cargos e<br />

o processo eleitoral analisa<strong>do</strong>s anteriormente revelam a complexidade <strong>do</strong> órgão gestor (cf. Livro<br />

2, Cap. 2). Com distintas ocupações, os seus administra<strong>do</strong>res dividiam-se entre atividades de<br />

caráter religioso e profano. Essa centralidade da Mesa, também denominada Definitório, na<br />

administração da Ordem justifica uma análise mais apurada <strong>do</strong>s ocupantes <strong>do</strong>s seus cargos.<br />

50 A respeito das mulheres da região minhota como administra<strong>do</strong>ras de bens familiares e testa<strong>do</strong>ras, ler DURÃES,<br />

Margarida – Qualidade de vida e sobrevivência económica da família camponesa minhota: o papel das herdeiras (sécs.<br />

XVIII-XIX)…, 125-130.<br />

51 A importância <strong>do</strong> trabalho entre as mulheres solteiras para adquirir um <strong>do</strong>te e casar foi analisada por HUFTON,<br />

Olwen – Mulheres, trabalho e família. In FARGE, Arlette; DAVIS, Natalie Zemon – História das Mulheres. Do<br />

Renascimento à Idade Moderna..., pp. 23-36.<br />

52 AOTB, Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1746-1781, fl. 104; Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e<br />

seculares 1795-1816, fls. 27, 60, 151, 183; Livro <strong>do</strong>nde se passao as certidões das missas <strong>do</strong>s nossos irmãos que<br />

falecem 1718 – 1739, fls. 7v., 38; Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1817-1834, fl. 4v.<br />

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