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Untitled - Universidade do Minho

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pretendente adentrar na “nova vida”, demonstran<strong>do</strong> a necessidade de uma “limpeza” espiritual<br />

antes da filiação ao sodalício que valorizava sobremaneira a salvação da alma de seus membros.<br />

Além da preparação individual, a cerimônia envolvia a presença de outros participantes,<br />

transforman<strong>do</strong>-se num ato solene. Em Braga, contava com a presença de toda a Mesa (cf. Livro<br />

2, Cap. 6). A presença de to<strong>do</strong>s os membros <strong>do</strong> órgão gestor não figura entre a <strong>do</strong>cumentação<br />

consultada para São Paulo, contu<strong>do</strong>, a participação de um frade franciscano mostrava-se<br />

fundamental para formalizar a entrada <strong>do</strong>s novos membros. Era uma forma de tornar este<br />

momento num rito de passagem de grande significa<strong>do</strong> e importância.<br />

O padre comissário, entre suas obrigações, deveria, preferencialmente, oficiar a<br />

cerimônia <strong>do</strong> novicia<strong>do</strong> nas Ordens Terceiras franciscanas, premissa também vivenciada na<br />

instituição de São Paulo. Porém, em 1716, devi<strong>do</strong> à ausência <strong>do</strong> comissário frei Pedro da<br />

Natividade, este delegou aos irmãos religiosos Simão Pinto Guedes ou Rodrigues de Carvalho e,<br />

“na falta de ambos a qualquer sacer<strong>do</strong>te assim da primeira como da terceira ordem” 9 , a tarefa<br />

de noviciar uma mulher e professar <strong>do</strong>is homens. Quan<strong>do</strong> o comissário precisava se afastar da<br />

instituição, poderia delegar em outros irmãos a responsabilidade de algumas das suas tarefas. O<br />

momento para realizar a cerimônia não é indica<strong>do</strong> no <strong>do</strong>cumento, não sen<strong>do</strong> possível afirmar se<br />

noviciariam e professariam to<strong>do</strong>s ao mesmo tempo ou individualmente, não conforman<strong>do</strong> um<br />

evento solene, de maior envergadura.<br />

Entretanto, independente da constituição deste cerimonial, atesta-se que em situações<br />

excepcionais, o comissário poderia delegar suas atribuições em outras pessoas, inclusive<br />

seculares, desde que reconhecida a sua i<strong>do</strong>neidade. 10<br />

Outras Ordens Terceiras franciscanas na América portuguesa realizaram, mesmo que<br />

temporariamente, suas atividades cotidianas sem a presença de um frade. Por vezes, como na<br />

vila de Curitiba, região Sul, os terceiros franciscanos, em 1748, desejosos de atendimento<br />

espiritual proporciona<strong>do</strong> pelos franciscanos edificaram hospícios para receberem os religiosos,<br />

garantin<strong>do</strong> a presença permanente <strong>do</strong>s frades na localidade. 11<br />

9 AOTSP, Livro de termos e estatuto, fl. 27.<br />

10 FERREIRA, Manoel de Oliveira – Compendio geral da historia da Veneravel Ordem Terceira de Sao Francisco. Porto:<br />

Oficina <strong>do</strong> Capitão Manuel Pedroso Coimbra, 1752. p. 44<br />

11 Para conhecer o hospício edifica<strong>do</strong> na vila de Curitiba, pelos irmãos terceiros franciscanos, ler MORAES, Juliana de<br />

Mello – O hospício da Ordem Terceira franciscana nos sertões da América portuguesa, século XVIII. In Noroeste. Revista<br />

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