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Untitled - Universidade do Minho

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festividades da instituição. Por tal <strong>do</strong>ação, pedia que lhe dedicassem uma das Avé-Marias<br />

rezadas durante a festividade da padroeira. 77<br />

A festa dedicada a Imaculada Conceição fazia parte <strong>do</strong> cotidiano de outras Ordens<br />

seculares ou irmandades. Em São Paulo, a Ordem Terceira franciscana também celebrava o dia<br />

da Imaculada Conceição (cf. Livro 3, Cap. 6). Entretanto, outras instituições também<br />

comemoravam essa data. Na Santa Casa da Misericórdia de Monção, por exemplo, um confrade<br />

estabeleceu uma celebração no dia primeiro de Janeiro com sermão e música, na<br />

impossibilidade de realizar o acompanhamento musical, o prega<strong>do</strong>r deveria dedicar, naquele dia,<br />

uma Avé-Maria em sua intenção. 78<br />

A similaridade no depósito de confiança na mãe de Cristo como abona<strong>do</strong>ra no momento<br />

<strong>do</strong> pós-morte, demonstra a crença de que Maria auxiliava no julgamento divino. Como principal<br />

inter-locutora entre os fiéis e Deus, Maria frequentemente era invocada para auxiliar as almas<br />

durante seu trepasse ao além-mun<strong>do</strong>. 79<br />

Igualmente às outras celebrações, a festa de Nossa Senhora da Conceição ocupava os<br />

irmãos da Ordem Terceira com sua organização. As missas cantadas, a música e o sermão<br />

compunham a celebração. A igreja recebia ainda ervas, como o junco, para decorar e o<strong>do</strong>rizar o<br />

ambiente. 80<br />

Em 1737, os irmãos da Mesa decidiram que o vigário <strong>do</strong> culto divino deveria cantar a<br />

missa da festa de Nossa Senhora. 81<br />

No decorrer <strong>do</strong> século XVIII, o calendário festivo da Ordem Terceira foi amplian<strong>do</strong>-se. O<br />

aumento no número de festas refletia o crescimento da instituição, tanto no número de irmãos<br />

quanto <strong>do</strong>s cabedais disponíveis para a execução das cerimônias. Paralelamente, essas<br />

comemorações mostravam as devoções valorizadas no seio da instituição.<br />

77 AOTB, Livro 1º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 154v.-155.<br />

78 A respeito das festas na Santa Casa da Misericórdia de Monção ler ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – A Misericórdia de<br />

Monção: fronteira, guerras e caridade (1561-1810). Braga: Santa Casa da Misericórdia de Monção, 2008. pp. 117-<br />

150.<br />

79 A importância de Maria como intercessora <strong>do</strong>s fiéis no além-mun<strong>do</strong> foi analisa<strong>do</strong> por MARQUES, João Francisco –<br />

Oração e devoções. In AZEVEDO, Carlos Moreira. (Dir.) – História Religiosa de Portugal. vol. 2..., pp. 625-634.<br />

80 AOTB, Livro de servir para a despesa <strong>do</strong> syndico, fl. 52.<br />

81 AOTB, Livro 3º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 29v.<br />

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