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Untitled - Universidade do Minho

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hospital nem realizava atividades assistenciais de grande envergadura, a instituição não<br />

necessitava de um corpo alarga<strong>do</strong> de funcionários. 91 Esse reduzi<strong>do</strong> gasto com assalaria<strong>do</strong>s<br />

decorria também na congênere paulistana (cf. Livro 3, Cap. 5), revelan<strong>do</strong> que a Ordens<br />

Terceiras despendiam pouco com ordena<strong>do</strong>s, pois suas atividades religiosas e assistenciais não<br />

requeriam uma numerosa mão-de-obra assalariada e assentava em grande parte nos seus<br />

membros. 92<br />

Na categoria “outros”, além das despesas mencionadas anteriormente, foram soma<strong>do</strong>s<br />

os montantes entregues pelos tesoureiros aos síndicos da Ordem. Quan<strong>do</strong> a receita <strong>do</strong>s síndicos<br />

não se mostrava suficiente para cobrir suas despesas, o tesoureiro retirava de seus rendimentos<br />

a quantia necessária. Essa situação ocorreu uma vez entre 1708-1736, manifestan<strong>do</strong>-se com<br />

maior recorrência entre 1777-1819. Desse mo<strong>do</strong>, observa-se que em finais <strong>do</strong> século XVIII e<br />

início <strong>do</strong> XIX, os síndicos obtiveram sal<strong>do</strong>s negativos. Na <strong>do</strong>cumentação não existem explicações<br />

pormenorizadas a respeito dessas dificuldades financeiras referentes as contas <strong>do</strong>s síndicos.<br />

Contu<strong>do</strong>, alguns indícios <strong>do</strong> que poderia ter provoca<strong>do</strong> a descida <strong>do</strong>s rendimentos foram<br />

mencionadas. A ausência de justificações para os gastos foi, inclusive, salientada pelos irmãos<br />

91 As Santas Casas da Misericórdia, por exemplo, possuíam diversos assalaria<strong>do</strong>s. Essa despesa consumia uma parte<br />

considerável de seus rendimentos. A propósito <strong>do</strong>s gastos com ordena<strong>do</strong>s em distintas Misericórdias ler ARAÚJO, Maria<br />

Marta Lobo de – Rituais de caridade na Misericórdia de Ponte de Lima (Séculos XVII-XIX). Ponte de Lima: Santa Casa<br />

da Misericórdia de Ponte de Lima, 2003. pp. 317-337, 683-697; PEREIRA, Maria das Dores de Sousa – Entre ricos e<br />

pobres: a actuação da Santa Casa da Misericórdia de Ponte da Barca (1630-1800). Braga: Santa Casa da Misericórdia<br />

de Ponte da Barca, 2008. pp. 187-194; COSTA, Américo Fernan<strong>do</strong> da Silva – A Santa Casa da Misericórdia de<br />

Guimarães 1650-1800 (caridade e assistência no meio vimaranense <strong>do</strong>s séculos XVII e XVIII)..., p. 216; SÁ, Isabel <strong>do</strong>s<br />

Guimarães – Quan<strong>do</strong> o rico se faz pobre: Misericórdias, caridade e poder no império português (1500-1800). Lisboa:<br />

Comissão Nacional para as Comemorações <strong>do</strong>s Descobrimentos Portugueses, 1997. pp. 180-182.<br />

92 Ressalta-se que algumas agremiações terciárias possuíam hospitais, amplian<strong>do</strong> muitas vezes seus gastos com<br />

assalaria<strong>do</strong>s. A Ordem Terceira <strong>do</strong> Carmo, em Lisboa, em 1730, despendeu 1:272$549 réis com o hospital, incluin<strong>do</strong><br />

os gastos com <strong>do</strong>entes e ordena<strong>do</strong>s. Conforme Relação <strong>do</strong> que obrou a mesa da Veneravel Ordem Terceyra de N. S.<br />

Do Monte Carmo da cidade de Lisboa Occidental, este anno que acabou em 20 de Agosto de 1730. Lisboa: Oficina de<br />

Miguel Rodrigues, 1730. Sobre o número de assalaria<strong>do</strong>s no hospital da Ordem Terceira franciscana, em Lisboa,<br />

consultar MORAES, Juliana de Mello – A assistência entre os irmãos terceiros: os estatutos <strong>do</strong> hospital da Ordem<br />

Terceira franciscana de Lisboa, em finais <strong>do</strong> Antigo Regime. In CD-ROM XV Congresso Internacional da AHILA<br />

(Associação de Historia<strong>do</strong>res Latinoamericanistas Europeus). 1808-2008: Crise e problemas no mun<strong>do</strong> Atlântico.<br />

Leiden: Faculdade de Humanidades, Departamento de Estu<strong>do</strong>s Latinoamericanos, 2009. s. p.<br />

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