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Untitled - Universidade do Minho

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Além das despesas, a câmara municipal preocupava-se também com a preparação da<br />

cidade antes da procissão. Em 1820, por exemplo, editais determinavam o branqueamento das<br />

casas, a limpeza das fachadas, ornamentação das janelas e lançamento de flores e folhas pelas<br />

ruas onde passaria o cortejo, a to<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res da localidade. 36<br />

A valorização dispensada a procissão <strong>do</strong> Corpo de Deus manifestava-se, não somente<br />

em São Paulo, mas também no restante da América e em Portugal. 37<br />

Patrocinada pela câmara municipal, o cortejo <strong>do</strong> Corpo de Deus, em São Paulo, contava<br />

com a participação de todas as instituições locais, incluin<strong>do</strong> as agremiações de leigos. 38 As<br />

irmandades e Ordens Terceiras juntavam-se à procissão concorren<strong>do</strong> para a magnificência <strong>do</strong><br />

evento. Porém, este convívio muitas vezes gerava distúrbios e brigas entre os membros das<br />

associações participantes.<br />

A Ordem Terceira franciscana de São Paulo participava da procissão em dia de Corpus<br />

Christi. A <strong>do</strong>cumentação não revela o momento em que os irmãos terceiros começaram a fazer<br />

parte dessa celebração. Contu<strong>do</strong>, em 1787, a partir de uma carta enviada pela Ordem secular<br />

carmelita à Mesa <strong>do</strong>s irmãos franciscanos, atesta-se a presença das duas Ordens Terceiras<br />

nesse evento. Os carmelitas, propuseram aos seculares de São Francisco o uso <strong>do</strong>s mesmos<br />

critérios da procissão para os cortejos fúnebres, seguin<strong>do</strong> alternadamente uma a direita e outra<br />

a esquerda em cada ano. 39<br />

36 Sobre os editais da câmara a respeito da procissão <strong>do</strong> Corpo de Deus ler MORSE, Richard M. – Formação Histórica<br />

de São Paulo. São Paulo: Difusão Européia <strong>do</strong> Livro, 1970. p. 67.<br />

37 A respeito da procissão <strong>do</strong> Corpo de Deus e sua importância em território português consultar TEDIM, José Manuel –<br />

A procissão das procissões. A festa <strong>do</strong> corpo de Deus. In A arte efémera em Portugal. Lisboa: Fundação Calouste<br />

Gulbenkian, 2001. pp. 218-223; TEDIM, José Manuel – A festa e a cidade no Portugal Barroco..., pp. 317-323;<br />

KANTOR, Íris – Notas sobre aparência e visibilidade social nas cerimônias públicas em Minas setecentista. Pós-História.<br />

vol. 6. (1998). 163-174; FURTADO, Júnia Ferreira – Desfilar: a procissão barroca. Revista Brasileira de História. Nº 33.<br />

(1997). 251-279.<br />

38 A participação generalizada das instituições na procissão <strong>do</strong> Corpo de Deus na América foi analisada por SANTOS,<br />

Beatriz Catão Cruz – O Corpo de Deus na América. A festa de Corpus Christi nas cidades da América portuguesa –<br />

século XVIII. São Paulo: Annablume, 2005. p. 79.<br />

39 AOTSP, Livro II de termos, fl. 125.<br />

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