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Untitled - Universidade do Minho

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5.3 – O novicia<strong>do</strong> e a profissão<br />

As taxas cobradas aos novos membros, tanto no novicia<strong>do</strong> quanto na profissão,<br />

representava a principal fonte de rendimento da Ordem Terceira de São Paulo.<br />

Como se observa no gráfico 3.5.2, os montantes arrecada<strong>do</strong>s na entrada de irmãos<br />

importavam uma grande parte da receita da Ordem secular. Esta situação decorria também,<br />

entre os séculos XVIII e XIX, nas congêneres espanholas de Ferrol, A Graña e Padrón. Nestas<br />

localidades, as Ordens Terceiras franciscanas se mantinham, fundamentalmente, com os<br />

montantes obti<strong>do</strong>s com as esmolas <strong>do</strong>s irmãos e das entradas de novos membros. 1262 Estas<br />

associações caracterizavam-se por seus parcos recursos, sen<strong>do</strong> recorrente a menção da falta de<br />

cabedais para a manutenção das cerimônias religiosas, por exemplo. 1263<br />

Apesar de possuir nas “jóias” e entradas suas principais fontes de recursos, os irmãos<br />

seculares em São Paulo, não refletem na <strong>do</strong>cumentação graves dificuldades financeiras, talvez<br />

porque controlassem as despesas. Inclusive, iniciaram a construção de sua igreja, em 1783,<br />

provocan<strong>do</strong> conflitos com a Ordem Primeira (cf. Livro 3, Cap. 4). Os valores adquiri<strong>do</strong>s por meio<br />

das entradas se revestiam de grande importância para o sodalício.<br />

As elevadas obrigações para os noviços desestimulavam a entrada de novos membros.<br />

Em 1760, de acor<strong>do</strong> com os administra<strong>do</strong>res da Ordem “chegara a sua noticia” que os irmãos<br />

<strong>do</strong> novicia<strong>do</strong> estavam descontentes, pois achavam excessivas as suas obrigações, porque<br />

despendiam mais de <strong>do</strong>is mil réis, incluin<strong>do</strong> nesse valor a <strong>do</strong>ação de cera. 1264 Juntamente a<br />

estas despesas, os noviços deveriam ainda contribuir para os custos <strong>do</strong>s <strong>do</strong>ces ofereci<strong>do</strong>s aos<br />

“anjos” na procissão de Cinzas (cf. Livro 3, Cap. 6). Diante das queixas, os gestores decidiram<br />

retirar a obrigação <strong>do</strong> pagamento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>ces <strong>do</strong>s homens e repassá-la para as mulheres. Além<br />

disso, as irmãs noviças pagariam também <strong>do</strong>is cruza<strong>do</strong>s (800 réis) mais três patacas (960 réis).<br />

1262 A propósito <strong>do</strong>s rendimentos das Ordens Terceiras de São Francisco espanholas consultar MARTÍN GARCÍA, Alfre<strong>do</strong><br />

– Religión y sociedad en Ferrolterra durante el Antiguo Régimen. La V.O.T. seglar franciscana. Salamanca: Imprenta<br />

Kadmos, 2005. pp. 95-96; REY CASTELAO, Ofélia – La Orden Tercera franciscana en el contexto del asociacionismo<br />

religioso gallego del Antiguo Regimen. La V.O.T. de la villa de Padrón. Archivo Ibero-Americano. Nº 58 (1998). 32.<br />

1263 Sobre as dificuldades financeiras nas agremiações terciárias de Ferrol e A Graña veja-se MARTÍN GARCÍA, Alfre<strong>do</strong> –<br />

Religión y sociedad en Ferrolterra durante el Antiguo Régimen. La V.O.T. seglar franciscana .., p. 97.<br />

1264 AOTSP, Livro II de termos, fl. 39.<br />

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