13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A divisão das tarefas entre síndico e tesoureiro revelam a complexidade da organização<br />

financeira da instituição. Essa, devi<strong>do</strong> à diversidade de rendimentos e gastos, demandava o<br />

trabalho de diferentes membros da Mesa para seu bom desempenho.<br />

Esta distribuição de responsabilidades ocorria em Ordens seculares de outros locais. Em<br />

Espanha, o síndico recebia as taxas cobradas aos irmãos e todas as esmolas deixadas à<br />

instituição e o conta<strong>do</strong>r desempenhava funções semelhantes às <strong>do</strong> tesoureiro. 3<br />

Contu<strong>do</strong>, nem todas as Ordens Terceiras possuíam tesoureiro e síndico entre os<br />

mesários. A instituição vinculada ao convento de Xabregas, contava somente com o síndico, que<br />

deveria ser pessoa responsável e correta, pois “nas suas mãos deposita to<strong>do</strong> o cabedal da<br />

mesma Ordem.” 4 Também, em São Paulo, a agremiação terciária depositava no síndico a<br />

responsabilidade pelo gerenciamento das finanças <strong>do</strong> sodalício (cf. Livro 3, Cap. 5).<br />

Estas diferenças relacionadas ao mo<strong>do</strong> de gerir a economia da associação revelam as<br />

distintas escolhas <strong>do</strong>s irmãos terceiros e sua adaptação ao contexto. O maior número de<br />

responsáveis pela gestão patrimonial indica uma movimentação econômica dinâmica e<br />

complexa.<br />

Neste capítulo pretende-se analisar a gestão financeira da Ordem de mo<strong>do</strong> a<br />

compreender quais foram as princiais fontes de rendimentos e as despesas realizadas no<br />

decorrer <strong>do</strong> tempo pelo órgão gestor. Contu<strong>do</strong>, como os tesoureiros administravam cabedais<br />

mais avulta<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> essas quantias vitais para a sobrevivência e crescimento financeiro da<br />

associação, optou-se por analisar com maior acuidade as suas contas.<br />

3 Sobre os cargos de síndico e conta<strong>do</strong>r em Espanha ler ARBIOL, Antonio – Los terceros hijos de el humano serafin. La<br />

Venebrable y Esclarecida Orden Tercera de Nuestro Serafico Patriarca San Francisco. Refierese sus gloriosos principios,<br />

regla; leyes, estatutos y Sagra<strong>do</strong>s exercicios; sus frandes excelencias, indulgencias, y Privilegios Apostolicos y las vidas<br />

prodigiosas de sus principales santos y santas, para consuelo y aprovechamiento de sus ama<strong>do</strong>s hermanos. Zaragoza:<br />

Pedro Carreras, 1724. p. 24. Para Ferrol veja-se MARTÍN GARCÍA, Alfre<strong>do</strong> – Religión y sociedad en Ferrolterra durante<br />

el Antiguo Régimen. La V.O.T. seglar franciscana. Salamanca: Imprenta Kadmos, 2005. p. 52.<br />

4 Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da Penitencia de São Francisco de Xabregas. Lisboa: Oficina Silviana e da<br />

Academia Real, 1742. p. 32.<br />

174

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!