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Untitled - Universidade do Minho

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<strong>do</strong> comércio na região. 42 Provavelmente, muitos deveriam ser irmãos terceiros na sua terra de<br />

origem, ou seja, mesmo antes da sua partida de Portugal, e buscavam filiar-se na Ordem<br />

Terceira paulistana garantin<strong>do</strong> assistência espiritual e corporal no Brasil (cf. Livro 3, Cap. 7).<br />

Novamente, em 1775, os irmãos decidiram alterar algumas disposições e incluir outras<br />

nos estatutos, para “se evitarem alguns abuzos introduzi<strong>do</strong>s”. 43 As referidas faltas relacionavam-<br />

se com alguns gastos realiza<strong>do</strong>s nas cerimônias e cobranças das taxas anuais, pois<br />

necessitavam de dinheiro para fazer as obras necessárias na capela da Ordem.<br />

Para minimizar os gastos durante as celebrações retiraram o sermão realiza<strong>do</strong> no dia <strong>do</strong><br />

“ofício <strong>do</strong>s defuntos” e diminuíram o gasto com objetos valiosos – substituin<strong>do</strong> os castiçais de<br />

prata por outros de madeira – na mesma cerimônia. Relembravam, ainda, que a cera restante<br />

<strong>do</strong> “ofício” deveria ser reaproveitada nos acompanhamentos <strong>do</strong>s irmãos defuntos, numa<br />

tentativa de conter as despesas. 44<br />

Além destas alterações relacionadas ao uso da cera, os irmãos cuidaram também em<br />

realizar pequenas obras nos altares para melhor acomodar as velas, pois muitas vezes os<br />

retábulos ficavam com suas toalhas estragadas devi<strong>do</strong> a cair cera das velas. 45<br />

Proteger as velas também foi determina<strong>do</strong> pelos irmãos, pois as grades não se<br />

mostravam suficientes e “se ter experimenta<strong>do</strong> o roubo de alguas vellas”. 46<br />

A insistência em preservar e economizar as velas revelam a importância desse objeto no<br />

cotidiano da associação e seu valor eleva<strong>do</strong> na época. 47 Em 1760, o síndico despendeu<br />

163$640 réis com cera utilizada em todas as cerimônias daquele ano. 48<br />

42 A propósito <strong>do</strong>s emigrantes portugueses e suas atividades mercantis consultar BORREGO, Maria Aparecida de<br />

Menezes – A teia mercantil: negócios e poderes em São Paulo colonial (1711-1765). São Paulo: <strong>Universidade</strong> de São<br />

Paulo, 2006. Tese de Doutoramento. Policopiada. p. 33.<br />

43 AOTSP, Livro II de termos, fl. 56v.<br />

44 AOTSP, Livro II de termos, fl. 57.<br />

45 AOTSP, Livro II de termos, fl. 58.<br />

46 AOTSP, Livro II de termos, fl. 58.<br />

47 A importância da iluminação nas ritos fúnebres e celebrações pias foi ressaltada por ARAÚJO, Ana Cristina - A morte<br />

em Lisboa. Atitudes e representações 1700-1830. Lisboa: Editorial Notícias, 1997. pp. 237-238.<br />

48 Para compreender os valores gastos com a iluminação pelas instituições terciárias, pode-se apontar o gasto de<br />

112$000 réis, em 1744, pela Ordem Terceira bracarense. AOTB, Livro da despesa <strong>do</strong> sindico da ordem terceira de<br />

Braga 1710-1760, fl. 104. AOTSP, Livro da formação <strong>do</strong> patrimonio da capela, fl. 16v.<br />

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