13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A partir da análise <strong>do</strong> desenvolvimento econômico das agremiações de leigos observam-<br />

se diferentes formas de gerir os cabedais amealha<strong>do</strong>s. A obtenção de recursos e a sua<br />

administração variaram no decorrer <strong>do</strong>s anos e alteravam-se de acor<strong>do</strong> com os distintos<br />

contextos onde estas associações se edificaram.<br />

Estas distinções relacionadas aos montantes adquiri<strong>do</strong>s pelas irmandades e Ordens<br />

Terceiras indicam a sua capacidade de atração sobre as populações e, ao mesmo tempo, a sua<br />

competência em oferecer um conjunto de bens de salvação que se apresentava atrativo para os<br />

fiéis, bem como a sua capacidade de utilizar os bens disponíveis. Estes se empenhavam em<br />

legar avantaja<strong>do</strong>s recursos às instituições que melhor lhes provesse a elevação de suas almas<br />

após a morte. As angústias advindas com a crença nas possíveis penas aplicadas aos peca<strong>do</strong>res<br />

depois de seu falecimento estimularam a <strong>do</strong>ação de grandes recursos às associações, leigas e<br />

religiosas, prioritariamente sob condições de prover a segurança espiritual de seus legatários<br />

realizan<strong>do</strong> sufrágios e outras ações caritativas.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a observação da trajetória financeira das agremiações explicita elementos<br />

relaciona<strong>do</strong>s com o recrutamento, a visibilidade no cenário religioso local, a atração exercida<br />

sobre <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res e testa<strong>do</strong>res e a gestão <strong>do</strong>s bens existentes. Por outro la<strong>do</strong>, os gastos realiza<strong>do</strong>s<br />

revelam as opções de aplicação <strong>do</strong>s recursos para a manutenção e a ampliação <strong>do</strong> seu<br />

patrimônio.<br />

Além de esclarecer a respeito da constituição patrimonial, possibilita avaliar a Ordem<br />

Terceira de São Paulo, buscan<strong>do</strong> verificar a gestão financeira utilizada pelos seus<br />

administra<strong>do</strong>res, analisan<strong>do</strong> tanto as estratégias para ampliar seus cabedais quanto os<br />

investimentos privilegia<strong>do</strong>s pela instituição para sua sobrevivência. Paralelamente, possibilita<br />

compreender a dinâmica <strong>do</strong>s recursos auferi<strong>do</strong>s com os lega<strong>do</strong>s e o dispêndio necessário para a<br />

manutenção das obrigações impostas pelos testa<strong>do</strong>res.<br />

Para estudar as finanças da Ordem secular paulistana contamos fundamentalmente com<br />

um livro confecciona<strong>do</strong> pelo síndico, irmão responsável pela contabilidade da instituição (cf. Livro<br />

3, Cap. 2). A falta de registros, devi<strong>do</strong> ao extravio da <strong>do</strong>cumentação, não permite observar as<br />

receitas e despesas da instituição para to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> em estu<strong>do</strong>. Porém, as atividades<br />

econômicas realizadas desde 1782 até 1822, podem ser analisadas.<br />

Além desse livro, também as anotações sobre os empréstimos de dinheiro a juro e<br />

algumas informações disponíveis no livro de termos possibilitaram avaliar a situação financeira<br />

da Ordem, com alguma acuidade entre mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII e início <strong>do</strong> século XIX.<br />

447

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!