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Untitled - Universidade do Minho

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seguinte, segunda-feira, laudes e missa cantada, seguida <strong>do</strong> sermão, antecipavam uma<br />

procissão, com a cruz da Ordem, dentro da igreja e claustro. Os irmãos deveriam acompanhá-la<br />

com velas acesas. Nessa cerimônia, a participação <strong>do</strong>s membros eclesiásticos mostrava-se<br />

fundamental, sen<strong>do</strong> obriga<strong>do</strong>s a comparecer to<strong>do</strong>s que “estiverem presentes nesta Cidade, ou<br />

em distância della athe hua legoa, assistirão ao sobredicto Anniversario com sobrepelizes,<br />

Barretos, e livros cantan<strong>do</strong> o Officio”. 123 Multas de cinqüenta réis seriam aplicadas para cada dia<br />

aos sacer<strong>do</strong>tes ausentes.<br />

A presença obrigatória de to<strong>do</strong>s os irmãos eclesiásticos, vesti<strong>do</strong>s com sobrepelizes,<br />

denotava magnificência ao evento. Também, caso o ministro fosse sacer<strong>do</strong>te, deveria capitular o<br />

ofício para denotar maior gravidade à cerimônia. Estabelecer o ministro como principal oficiante<br />

demonstrava o caráter fundamental dessa cerimônia no conjunto das celebrações entre os<br />

irmãos terceiros. A demonstração de gravidade e circunspecção utilizada para rememorar os<br />

defuntos requeria o envolvimento pleno da Mesa.<br />

Em 1770, o secretário descreveu o “Aniversário” destacan<strong>do</strong> a “procição a roda da<br />

igreja para a que estava rica e finamente bem armada.” 124 Nessa cerimônia participaram 44<br />

eclesiásticos, os quais celebraram missas gerais pelos irmãos vivos e defuntos. 125<br />

Portanto, o “Aniversário”, com a presença maciça de clérigos, indicava aos fiéis a íntima<br />

relação da Ordem com o corpo sacer<strong>do</strong>tal da cidade e, paralelamente, da capacidade de atender<br />

as atormentadas almas <strong>do</strong> purgatório.<br />

Os irmãos terceiros, em Lisboa, também realizavam uma celebração em tenção <strong>do</strong>s<br />

seus faleci<strong>do</strong>s. Nos seus estatutos, revelam a preocupação com o evento o qual deveria ser pago<br />

pela instituição nos limites da sua capacidade financeira. A justificativa para efetuar esta<br />

despesa, bastante elucidativa, pautava-se no desejo de “attrair os animos <strong>do</strong>s devotos a que<br />

sejão Nossos Irmãos, e mostrar aos que o são a lembrança que há <strong>do</strong>s que falecerão”. 126<br />

123 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 42.<br />

124 AOTB, Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1746-1781, fls. 55-55v.<br />

125 Nem to<strong>do</strong>s os secretários descreveram a cerimônia <strong>do</strong> “Aniversário” ou indicaram o número de sacer<strong>do</strong>tes<br />

envolvi<strong>do</strong>s na celebração, todavia as obrigações estatutárias e as multas sugerem a participação de um número<br />

alarga<strong>do</strong> de clérigos na festividade. AOTB, Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1746-1781, fl. 55v.<br />

126 Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da Penitencia <strong>do</strong> nosso serafico padre São Francisco da cidade..., p. 45.<br />

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