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Untitled - Universidade do Minho

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As celebrações da Semana Santa contavam com a participação de diversas instituições,<br />

incluin<strong>do</strong> a Santa Casa da Misericórdia e a Ordem Terceira <strong>do</strong> Carmo. A procissão de quinta-<br />

feira, denominada de En<strong>do</strong>enças, estava sob a responsabilidade <strong>do</strong>s confrades da Misericórdia 42,<br />

inclusive na América portuguesa, de acor<strong>do</strong> com as determinações das Constituições <strong>do</strong><br />

Arcebispa<strong>do</strong> da Bahia. 43 Os irmãos seculares franciscanos tinham a responsabilidade de<br />

organizar celebrações neste importante perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> calendário litúrgico.<br />

Pode-se aventar a hipótese de que o prestígio angaria<strong>do</strong> durante as celebrações<br />

religiosas e a visibilidade da Santa Casa da Misericórdia durante a Semana Santa,<br />

provavelmente, incentivaram o início <strong>do</strong>s conflitos com a Ordem Terceira franciscana. A atitude<br />

“escandalosa” <strong>do</strong>s membros da Mesa da associação terciária perante os fiéis durante as brigas<br />

com os confrades da Santa Casa revela, portanto, as disputas em momentos fundamentais da<br />

vivência religiosa da época. Conflitos provavelmente estimula<strong>do</strong>s pela ausência de participação<br />

efetiva <strong>do</strong>s seculares franciscanos durante as cerimônias da Semana Santa.<br />

Além <strong>do</strong>s desentendimentos com outras confrarias e com os mendicantes, a Ordem<br />

Terceira também participou de celebrações especiais. Festas realizadas para comemorar datas<br />

importantes para a família real eram celebradas em diferentes partes <strong>do</strong> império português,<br />

incluin<strong>do</strong> a América.<br />

Os casamentos, falecimentos ou nascimentos envolven<strong>do</strong> a monarquia eram situações<br />

celebradas com pompa, principalmente durante o século XVIII. Essas cerimônias envolviam<br />

muitas pessoas e mesclavam elementos profanos e sagra<strong>do</strong>s. Em Lisboa, por exemplo, na<br />

aclamação de D. Maria, em 1777, a cidade iluminou-se para os festejos. Missa solene, música,<br />

construção de armações e encenações teatrais decorreram por oito dias. 44<br />

Na América, tanto portuguesa quanto espanhola, as datas importantes para as<br />

respectivas Coroas, também engendravam festejos. Estas celebrações, de papel político,<br />

42 ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – Dar aos pobres e emprestar a Deus: as Misericórdias de Vila Viçosa e Ponte de Lima<br />

(Séculos XVI-XVIII)..., pp. 133-137.<br />

43 FLEXOR, Maria Helena Ochi – Procissões na Bahia: teatro barroco a céu aberto. In ACTAS DO II CONGRESSO<br />

INTERNACIONAL DO BARROCO..., p. 521.<br />

44 Sobre a aclamação de D. Maria I ler MILHEIRO, Maria Manuela – Festa, Pompa e ritual. A aclamação de D. Maria I.<br />

In ACTAS DO II CONGRESSO INTERNACIONAL DO BARROCO..., pp. 571-578.<br />

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