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Untitled - Universidade do Minho

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procissões ou vias-sacras, proporcionavam momentos fundamentais de demonstração e<br />

visualização desse poder (cf. Livro 2, Cap. 6). 60<br />

O cargo de ministro, como o principal representante da Ordem Terceira, denotava maior<br />

visibilidade ao seu ocupante. Também, constituía-se num cargo representativo frente a<br />

população local, visto a obrigatoriedade da sua participação nas cerimônias públicas. Conhecer<br />

quem foram os seleciona<strong>do</strong>s para ocupar esse cargo revela as preferências <strong>do</strong>s irmãos terceiros<br />

e igualmente os grupos que investiram na instituição, em busca, principalmente, de<br />

reconhecimento.<br />

Durante o perío<strong>do</strong> em pauta, obtivemos informações para 111 eleições. O cargo de<br />

ministro foi ocupa<strong>do</strong> algumas vezes pela mesma pessoa, contu<strong>do</strong>, optou-se por avaliar as<br />

ocupações <strong>do</strong>s eleitos, anualmente, sem distinção <strong>do</strong>s nomes. Posteriormente, analisaremos os<br />

grupos familiares e sociais de destaque nas Mesas.<br />

Entre os 111 ministros arrola<strong>do</strong>s, 50% eram eclesiásticos, destacan<strong>do</strong>-se os cônegos. O<br />

expressivo número de clérigos pertencentes ao cabi<strong>do</strong> bracarense ocupan<strong>do</strong> o cargo de ministro<br />

corrobora a premissa de que os eclesiásticos atuavam intensamente nas irmandades e<br />

associações religiosas, em detrimento da câmara municipal. 61<br />

A constante presença <strong>do</strong>s clérigos no principal cargo da associação acontecia também<br />

na Santa Casa da Misericórdia de Braga. Nesta confraria o cargo de prove<strong>do</strong>r foi durante o<br />

século XVIII frequentemente ocupa<strong>do</strong> por um religioso. 62<br />

A supremacia <strong>do</strong> clero nos quadros dirigentes de diferentes associações, contu<strong>do</strong>, não<br />

impossibilitava a entrada e permanência de leigos nas Mesas administrativas. As mudanças<br />

decorridas na ocupação <strong>do</strong>s cargos camarários e da Santa Casa por diferentes grupos sociais<br />

durante o setecentos refletiam as disputas pelo poder advindas com as alterações em curso no<br />

restante de Portugal.<br />

60 A respeito da importância das procissões e outras funções religiosas públicas leia-se MONTEIRO, Nuno Gonçalo – A<br />

sociedade local e os seus protagonistas. In OLIVEIRA, César (Dir.) – História <strong>do</strong>s municípios e <strong>do</strong> poder local [<strong>do</strong>s finais<br />

da Idade Média a União Européia]..., p. 29.<br />

61 A respeito das instâncias de afirmação <strong>do</strong> clero, em Braga, ler CAPELA, José Viriato – O Município de Braga de 1750<br />

a 1834..., 205-206.<br />

62 Os prove<strong>do</strong>res da Santa Casa da Misericórdia de Braga, durante o século XVIII, podem ser conheci<strong>do</strong>s em CASTRO,<br />

Maria de Fátima – A Misericórdia de Braga. Braga: Secção de Artes Gráficas das Oficinas de Trabalho, 2003. pp. 229-<br />

234.<br />

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