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Untitled - Universidade do Minho

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Contu<strong>do</strong>, os eclesiásticos foram os mais representativos no conjunto de irmãos<br />

identifica<strong>do</strong>s. A supremacia deste grupo entre os irmãos seculares confirma a forte adesão <strong>do</strong>s<br />

clérigos às associações seculares, tal como decorria em Braga (cf. Livro 2, Cap. 3).<br />

O clero paulistano, filia<strong>do</strong> na Ordem Terceira, mostrava-se bastante heterogêneo.<br />

Padres, vigários, cônegos e arciprestre aparecem arrola<strong>do</strong>s na <strong>do</strong>cumentação, evidencian<strong>do</strong> a<br />

ausência de segmentos específicos dentro da associação.<br />

O corpo eclesiástico de São Paulo foi avalia<strong>do</strong> pelo arcebispo D. Manuel da Ressurreição<br />

(1771-1789), em 1777, quan<strong>do</strong> redigiu a Relação Geral da Diocese de São Paulo. Neste<br />

<strong>do</strong>cumento, o prela<strong>do</strong> diocesano destacou a falta de sacer<strong>do</strong>tes e a pouca educação <strong>do</strong> clero,<br />

com seus “poucos livros”. 1148 Embora, ressalte a falta de clérigos, é importante assinalar que o<br />

prela<strong>do</strong> referia-se a toda a diocese, a qual abrangia uma extensa área geográfica, marcada por<br />

precárias vias de comunicação. As dificuldades impostas aos viajantes rumo ao sertão<br />

desestimulavam o estabelecimento de religiosos no interior <strong>do</strong> território.<br />

Em 1770, por exemplo, quan<strong>do</strong> o governa<strong>do</strong>r D. Luís Antônio de Souza Botelho Mourão,<br />

determina<strong>do</strong> em fundar novas povoações na Capitania, necessitou de sacer<strong>do</strong>tes para as<br />

expedições dirigidas ao sertão, encontrou dificuldades em recrutar pessoas dispostas a esta<br />

atividade. Como alternativa, o governa<strong>do</strong>r dirigiu-se aos religiosos <strong>do</strong> Carmo solicitan<strong>do</strong> um<br />

clérigo. “A falta de sacer<strong>do</strong>tes seculares obrigava o governa<strong>do</strong>r a recrutar sacer<strong>do</strong>tes regulares”.<br />

1149<br />

Esta primazia <strong>do</strong> clero secular entre os irmãos terceiros permite refletir a respeito da<br />

busca por inserção em círculos propicia<strong>do</strong>res de maior vivência <strong>do</strong> catolicismo, através <strong>do</strong><br />

relacionamento <strong>do</strong>s clérigos e a ordem mendicante. Além disso, outros fatores deveriam animar<br />

os religiosos à socialização entre os seculares, pois as atividades espirituais intrínsecas a estas<br />

associações requisitam a contratação de eclesiásticos para a celebração de missas, para o<br />

cumprimento <strong>do</strong>s lega<strong>do</strong>s e para a realização de solenidades diversas.<br />

1148 A Relação Geral da Diocese de São Paulo, de 1777, foi analisada por LUSTOSA, Oscar de Figueire<strong>do</strong> – Situação<br />

religiosa da Capitania de São Paulo na palavra de seu bispo. D. Frei Manuel da Ressurreição. Revista de História. Nº<br />

104 (1975). 913.<br />

1149 A propósito das dificuldades encontradas para recrutar sacer<strong>do</strong>tes, para as expedições ao interior, entre o corpo<br />

eclesiástico paulistano consultar ZANON, Dalila – A ação <strong>do</strong>s Bispos e a orientação tridentina em São Paulo (1745-<br />

1796). Campinas: <strong>Universidade</strong> Estadual de Campinas (Unicamp), 1999. Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. Policopiada. pp.<br />

161-162.<br />

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