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Untitled - Universidade do Minho

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Neste senti<strong>do</strong>, irmandades e Ordens Terceiras tornavam-se instituições fundamentais<br />

para o corpo eclesiástico, pois se constituíam em espaços com uma grande oferta de trabalho<br />

para o clero. Esta importância das agremiações de leigos para o grupo sacer<strong>do</strong>tal foi analisada<br />

para a Capitania de Minas Gerais, onde se estima que, pelo menos, 20% <strong>do</strong>s sacer<strong>do</strong>tes estava<br />

emprega<strong>do</strong> nessas associações. 1150<br />

Muito provavelmente, os clérigos em São Paulo também observavam as associações de<br />

leigos como locais propícios para conseguir trabalho. Contu<strong>do</strong>, além de promover uma grande<br />

quantidade de cerimônias e celebrações litúrgicas, as instituições poderiam, ainda, oferecer<br />

outras vantagens aos eclesiásticos. A preferência na escolha de seus associa<strong>do</strong>s durante a<br />

distribuição <strong>do</strong>s serviços religiosos também constituía-se num chamariz para a filiação de<br />

sacer<strong>do</strong>tes na Ordem secular.<br />

Os gestores da agremiação terciária paulistana privilegiavam para oficiar as celebrações<br />

litúrgicas, em intenção <strong>do</strong>s irmãos faleci<strong>do</strong>s, os “sacer<strong>do</strong>tes pobres da ordem, e não pelos ricos<br />

para da mesma sorte dizerem missas”. 1151 Assim, a filiação ao sodalício garantia aos clérigos<br />

carencia<strong>do</strong>s a oportunidade de auferir rendimentos com a prestação deste serviço.<br />

Paralelamente, a instituição, ao favorecer seus irmãos eclesiásticos, ampliava as suas hipóteses<br />

de recrutamento, uma vez que se tornava ainda mais atrativa para o corpo sacer<strong>do</strong>tal.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, para os sacer<strong>do</strong>tes, estar inclusos na Ordem auxiliava na obtenção de<br />

serviços. Por outro la<strong>do</strong>, como instituições de cunho, notadamente, religioso e propicia<strong>do</strong>ras de<br />

prestígio, as agremiações terciárias denotavam aos seus membros uma maior visibilidade social<br />

por meio da prática cristã, seja nos eventos rotineiros quanto nas celebrações públicas.<br />

Outro grupo de destaque entre os seculares franciscanos, em São Paulo, foi <strong>do</strong>s homens<br />

liga<strong>do</strong>s a milícia. Estes participaram ativamente das atividades desenvolvidas pela instituição,<br />

principalmente, durante o século XVIII. A vitalidade <strong>do</strong> conjunto destes irmãos, vincula<strong>do</strong>s às<br />

atividades militares, refletiu-se inclusive nos momentos festivos, quan<strong>do</strong> estavam isentos da<br />

utilização <strong>do</strong> hábito franciscano (cf. Livro 3, Cap. 6).<br />

1150 A respeito da relação <strong>do</strong> clero com as irmandades, em Minas Gerais, leia-se AGUIAR, Marcos Magalhães – Vila Rica<br />

<strong>do</strong>s confrades. A sociabilidade confrarial entre negros e mulatos no século XVIII. São Paulo: <strong>Universidade</strong> de São Paulo,<br />

1993. Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. Policopiada. pp. 103-104.<br />

1151 AOTSP, Livro II de termos, fl. 25.<br />

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