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Untitled - Universidade do Minho

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os escravos possuíam número suficiente e capacidade de organização desde o começo <strong>do</strong><br />

século XVIII, em São Paulo. 997<br />

Com o crescimento da população, durante o século XVIII, outras agremiações foram<br />

estabelecidas nos templos da cidade. Em 1758, a irmandade de Santa Efigênia e Santo Elesbão,<br />

constituída na igreja <strong>do</strong> Rosário <strong>do</strong>s Homens Pretos, congregava também escravos. 998<br />

Esse incremento no quadro confraternal decorri<strong>do</strong> em São Paulo, também aconteceu em<br />

outras regiões da América portuguesa. Desse mo<strong>do</strong>, durante o século XVIII, observa-se uma<br />

proliferação de associações de leigos, congregan<strong>do</strong> brancos, africanos de diferentes etnias,<br />

par<strong>do</strong>s que se uniam para venerar um orago específico.<br />

A utilização de alguns oragos por grupos específicos determinou a configuração das<br />

associações as quais revelavam a presença e a força de determina<strong>do</strong>s segmentos nas<br />

sociedades. Neste senti<strong>do</strong>, as irmandades de Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosário, São Elesbão e Santa<br />

Efigênia, São Benedito, Nossa Senhora das Mercês congregavam preferencialmente escravos e<br />

africanos. Os oficiais mecânicos (como carpinteiros, músicos e artífices), em geral, se<br />

associavam aos sodalícios dedica<strong>do</strong>s a São José e a Santa Cecília. Os par<strong>do</strong>s e mulatos, muitas<br />

vezes, estavam presentes nas irmandades de São Gonçalo, de Nossa <strong>do</strong> Guadalupe e de Nossa<br />

Senhora <strong>do</strong> Livramento. A elite local, em sua maioria, se associava às Santas Casas da<br />

Misericórdia, às Ordens Terceiras e às irmandades <strong>do</strong> Santíssimo Sacramento.<br />

Como se formavam de mo<strong>do</strong> a representar e a atender os diferentes grupos sociais, as<br />

irmandades e Ordens Terceiras revelavam a sociedade na qual se desenvolviam.<br />

Assim sen<strong>do</strong>, nos grandes núcleos urbanos da América portuguesa, existiam as<br />

associações destinadas a atender os mais diversos segmentos desde escravos até oficiais<br />

mecânicos enquanto, em pequenas povoações, seu número tendia a ser reduzi<strong>do</strong>.<br />

As diferenças encontradas entre a variedade de associações leigas em <strong>do</strong>is núcleos<br />

urbanos, no século XVIII, exemplificam essa hipótese. Em Salva<strong>do</strong>r, devi<strong>do</strong> ao grande número de<br />

sua população, os oficiais mecânicos organizaram suas próprias confrarias, mas, em São Paulo,<br />

997 A respeito das irmandades de escravos em São Paulo veja-se COMAR, Michelle – Imagens de Ébano em altares<br />

barrocos: as irmandades leigas de negros em São Paulo (séculos XVIII- XIX). São Paulo: <strong>Universidade</strong> de São Paulo,<br />

2008. Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. Policopiada. pp. 77-108.<br />

998 Para conhecer a formação da irmandade de Santa Efigência e São Elesbão consultar COMAR, Michelle – Imagens de<br />

Ébano em altares barrocos: as irmandades leigas de negros em São Paulo (séculos XVIII- XIX)..., pp. 88-89.<br />

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