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Untitled - Universidade do Minho

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pompas que as Misericórdias. 53 Contu<strong>do</strong>, as Ordens Terceiras, em diferentes espaços,<br />

contestaram essa prerrogativa das Santas Casas relacionadas aos sepultamentos. 54 Situação<br />

observada, em Guimarães, onde os terceiros franciscanos também possuíam esquife próprio no<br />

qual enterravam seus irmãos. Este fato ofendia os confrades da Santa Casa vimaranense, pois<br />

esperavam prestar a assistência aos defuntos sem a interferência <strong>do</strong> instituto franciscano. As<br />

contendas entre as duas associações, iniciadas em 1750 prolongaram-se. Em 1788, os irmãos<br />

terceiros solicitaram permissão para enterrar em seu esquife os membros <strong>do</strong> sodalício, pagan<strong>do</strong><br />

uma taxa de 2$400 réis à Santa Casa por cada sepultamento. 55 A proposta era demonstrativa<br />

da insistência <strong>do</strong>s irmãos em prosseguir nos seus enterramentos, sem a intromissão da Santa<br />

Casa, embora mediante pagamento previamente acorda<strong>do</strong>. Apesar de ficarem submetidas aos<br />

confrades da Santa Casa, pois estavam obriga<strong>do</strong>s a pagar-lhes, os terceiros garantiam desta<br />

forma a sua autonomia, não precisan<strong>do</strong> de outras instituições para procederem ao funeral <strong>do</strong>s<br />

seus irmãos. Igualmente, em Coimbra, os seculares franciscanos poderiam usar seu esquife,<br />

sem interferência da Misericórdia, segun<strong>do</strong> um alvará de 1745, expedi<strong>do</strong> pelo Rei. 56<br />

Diferentemente de algumas congêneres, a Ordem Terceira bracarense parece não ter<br />

provaca<strong>do</strong> transtornos para os confrades da Santa Casa. Na <strong>do</strong>cumentação compulsada estão<br />

ausentes registros de disputas entre a Ordem Terceira e a Santa Casa da Misericórdia a respeito<br />

<strong>do</strong> uso <strong>do</strong> esquife ou de privilégios durante os sepultamentos. Contu<strong>do</strong>, as Ordens Terceiras,<br />

53 De acor<strong>do</strong> com SÁ, Isabel <strong>do</strong>s Guimarães – As Misericórdias nas sociedades portuguesas no perío<strong>do</strong> moderno.<br />

Cadernos Noroeste. Revista <strong>do</strong> Centro de Ciências Históricas e Sociais da <strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> <strong>Minho</strong>. Nº15 (2001). 351.<br />

54 A respeito das disputas entre Ordens Terceiras e Santas Casas no que se refere aos acompanhamentos fúnebres e<br />

inumações ler SÁ, Isabel <strong>do</strong>s Guimarães – As Misericórdias nas sociedades portuguesas no perío<strong>do</strong> moderno..., 351;<br />

ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – Dar aos pobres e emprestar a Deus: as Misericórdias de Vila Viçosa e Ponte de Lima<br />

(séculos XVI-XVIII). Barcelos: Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa; Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima,<br />

2000. pp. 308-309; PEREIRA, Maria das Dores de Sousa – A assistência à alma na Misericórdia de Ponte da Barca<br />

(1630-1800). Noroeste. Revista de História. Nº 1 (2005). 143.<br />

55 Os conflitos da Santa Casa da Misericórdia e a Ordem Terceira franciscana de Guimarães, na segunda metade <strong>do</strong><br />

século XVIII, foram analisa<strong>do</strong>s por COSTA, Américo Fernan<strong>do</strong> da Silva – A Santa Casa da Misericórdia de Guimarães<br />

1650-1800 (caridade e assistência no meio vimaranense <strong>do</strong>s séculos XVII e XVIII). Guimarães: Santa Casa da<br />

Misericórdia de Guimarães, 1999. pp. 189-191.<br />

56 A transcrição <strong>do</strong> alvará foi realizada por BARRICO, Joaquim Simões – Noticia Historica da Veneravel Ordem Terceira<br />

da Penitencia de S. Francisco da cidade de Coimbra e <strong>do</strong> seu Hospital e Asylo..., pp. 118-120.<br />

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