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Untitled - Universidade do Minho

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5.1 - Os tesoureiros<br />

A partir das informações disponíveis nas fontes observa-se as quantias manipuladas<br />

pelos irmãos responsáveis pelas finanças e os perío<strong>do</strong>s em que receberam maiores ou menores<br />

valores.<br />

O tesoureiro registrava em livros próprios suas contas, nos quais inseria a receita e a<br />

despesa separadamente. Somente encontram-se no arquivo da Ordem Terceira quatro livros<br />

correspondentes às contas <strong>do</strong>s tesoureiros para os perío<strong>do</strong>s de 1708-1736 e 1777-1819. Além<br />

<strong>do</strong> lapso temporal da informação, alguns registros estão incompletos, pois nem sempre<br />

descreviam em pormenores a que se referem os gastos ou as receitas. Contu<strong>do</strong>, apesar destas<br />

lacunas na <strong>do</strong>cumentação, foi possível identificar grande parte das fontes de receita e as<br />

despesas realizadas pelos tesoureiros ao longo <strong>do</strong> tempo.<br />

A análise revela os valores monetários arrecada<strong>do</strong>s pelos irmãos terceiros e o volume de<br />

gastos relaciona<strong>do</strong>s aos empréstimos de dinheiro, a contrução da igreja e ao pagamento de<br />

sacer<strong>do</strong>tes e funcionários. Portanto, a partir das atribuições <strong>do</strong> tesoureiro pode-se analisar<br />

alguns aspectos relaciona<strong>do</strong>s à administração financeira da Ordem Terceira para parte <strong>do</strong> século<br />

XVIII e início <strong>do</strong> século XIX.<br />

Os tesoureiros manipulavam valores bastante mais eleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s que estavam sob a<br />

responsabilidade <strong>do</strong>s síndicos. Esses montantes justificavam-se, pois ao tesoureiro cabia receber<br />

os pagamentos de lega<strong>do</strong>s, os valores totais <strong>do</strong>s empréstimos quan<strong>do</strong> pagos pelos deve<strong>do</strong>res e<br />

os juros das quantias emprestadas pela associação.<br />

Inicialmente, a distribuição de tarefas entre síndico e tesoureiro não estava consolidada.<br />

No começo <strong>do</strong> século XVIII, o tesoureiro recebia esmolas deixadas a associação 5, obrigação que<br />

posteriormente recairá sobre o síndico.<br />

Mesmo ten<strong>do</strong> obrigações não completamente definidas, no início <strong>do</strong> século XVIII, os<br />

tesoureiros recebiam principalmente os montantes entregues pelos institui<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s lega<strong>do</strong>s e<br />

os juros pagos pelos deve<strong>do</strong>res. Somavam-se ainda, nas duas primeiras décadas de setecentos,<br />

as esmolas entregues pelos fiéis para a construção da igreja. 6<br />

5 Em 1709, o tesoureiro recebeu 20$000 réis <strong>do</strong>a<strong>do</strong>s por Francisco Pereira, merca<strong>do</strong>r bracarense, à Ordem Terceira.<br />

AOTB, Livro de receita e despesa <strong>do</strong> tezoureiro 1708, fl. 6v.<br />

6 AOTB, Livro de receita e despesa <strong>do</strong> tezoureiro 1708, fls. 2-39v.<br />

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