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Untitled - Universidade do Minho

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Neste senti<strong>do</strong>, os acompanhamentos fúnebres, as vias-sacras e as procissões<br />

configuravam-se em momento de exibição das associações religiosas e leigas. Estas celebrações<br />

ocorriam com bastante frequencia nos aglomera<strong>do</strong>s urbanos, principalmente durante o século<br />

XVIII.<br />

As festividades poderiam ser elaboradas por distintas instituições e, algumas, contavam<br />

com a participação de todas as entidades locais, como a procissão de Corpus Christi, em terras<br />

portuguesas. 32<br />

Em São Paulo, na segunda metade <strong>do</strong> século XVIII, a edilidade responsabilizava-se pelas<br />

procissões em dia de São Sebastião (20 de Janeiro), de Santa Isabel (4 Julho), <strong>do</strong> Anjo Custódio<br />

(terceiro <strong>do</strong>mingo de Julho) e <strong>do</strong> Corpus Christi (na quinta-feira seguinte ao <strong>do</strong>mingo da<br />

Santíssima Trindade).<br />

Algumas destas celebrações foram impostas durante o século XVI, por D. Manuel, e<br />

celebravam-se nos aglomera<strong>do</strong>s urbanos <strong>do</strong> império. 33 A valorização destas festividades em<br />

diferentes partes <strong>do</strong> globo, incluin<strong>do</strong> São Paulo, relembrava a população a pertença a um<br />

império encabeça<strong>do</strong> pela Coroa.<br />

Dentre as festas, o Corpus Christi configurava-se no mais importante cortejo realiza<strong>do</strong><br />

entre os paulistanos. 34 A valorização destas celebrações pode ser atestada igualmente pelo<br />

montante despendi<strong>do</strong> com as festividades pelas câmaras municipais. Nas primeiras décadas <strong>do</strong><br />

século XIX, as festas representavam a segunda despesa mais onerosa, sen<strong>do</strong> somente<br />

suplantada pelos gastos com as obras públicas, em São Paulo. 35<br />

local e os seus protagonistas. In OLIVEIRA, César (Dir.) – História <strong>do</strong>s municípios e <strong>do</strong> poder local [<strong>do</strong>s finais da Idade<br />

Média a União Européia]. Lisboa: Círculo de Leitores, 1996. p. 29.<br />

32 A presença da procissão de Corpus Christi em Portugal foi analisada por TEDIM, José Manuel – A festa e a cidade no<br />

Portugal Barroco. In ACTAS DO II CONGRESSO INTERNACIONAL DO BARROCO. Porto: Serbilito, 2003. pp. 317-318.<br />

33 Estas festas demarcam uma reordenação <strong>do</strong>s rituais e das devoções em terras portuguesas no perío<strong>do</strong>. Sobre este<br />

tema consultar SÁ, Isabel <strong>do</strong>s Guimarães – As Misericórdias da Fundação à União Dinástica. In PAIVA, José Pedro<br />

(Coord.) – Portugaliae Monumenta Misericordiarum. Fazer a História das Misericórdias. vol. I. Lisboa: União das<br />

Misericórdias Portuguesas, 2002. pp. 40-41.<br />

34 Para conhecer as principais procissões realizadas em São Paulo, no século XVIII, ler TAUNAY, Afonso de E. – História<br />

da cidade de São Paulo no século XVIII. vol. II. São Paulo: Divisão <strong>do</strong> Arquivo Histórico, 1951. p. 234.<br />

35 Os gastos da câmara municipal de São Paulo foram estuda<strong>do</strong>s por MOURA, Denise Aparecida Soares – Poder local e<br />

o funcionamento <strong>do</strong> comércio vicinal na cidade de São Paulo (1750-1822). História. Nº 2 (2005). 265.<br />

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