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Untitled - Universidade do Minho

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A presença constante <strong>do</strong>s religiosos nas manifestações festivas da Ordem Terceira<br />

confirma as estreitas relações entre as duas instituições. Os irmãos terceiros e os frades<br />

mendicantes, em Espanha, também realizavam cerimônias em conjunto, pois demonstravam à<br />

população que “los religiosos y terceros hazemos um cuerpo y em lãs obras de virtud nos<br />

unimos”. 76<br />

Em São Paulo, a união entre os irmãos seculares e os frades decorria sempre mediante<br />

a compensação financeira <strong>do</strong>s religiosos envolvi<strong>do</strong>s nos momentos festivos. Oito mil réis custava<br />

o sermão, enquanto o acompanhamento musical demandava <strong>do</strong>s irmãos terceiros o dispêndio<br />

de <strong>do</strong>is mil réis. 77<br />

Estes valores correspondiam aos gastos realiza<strong>do</strong>s por outras instituições na cidade. A<br />

irmandades de São Miguel, em 1724, despendia, por exemplo, 3 mil réis para a música e<br />

padres responsáveis pela missa cantada. 78<br />

Além das compensações monetárias, os frades recebiam também pela participação na<br />

festa das chagas de São Francisco o jantar. Em 1758, gastaram os irmãos terceiros com esta<br />

refeição 12$800 réis. 79<br />

O hábito de servir refeições aos participantes das festas decorria, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>,<br />

entre os irmãos seculares de Braga, sen<strong>do</strong>, portanto, ordinária a distribuição de comida aos<br />

colabora<strong>do</strong>res das celebrações (cf. Livro 2, Cap. 6).<br />

Outra cerimônia, anual, que decorria em dia de Jesus (1 de Janeiro), era a distribuição<br />

de “santinhos”. Em 1788, determinam os gestores da Ordem Terceira que o secretário estava<br />

obriga<strong>do</strong> a redigir as estampas <strong>do</strong>s santos, as quais seriam entregues aos irmãos durante a<br />

solenidade. 80 Outras agremiações terciárias realizavam esta celebração, como a Ordem secular<br />

carmelita, da cidade <strong>do</strong> Porto. Em dia de São Silvestre (31 de Dezembro), recebia cada irmão,<br />

75 AOTSP, Livro da formação <strong>do</strong> patrimonio da capela, fl. 14.<br />

76 Sobre a proximidade de frades mendicantes e irmãos seculares em Espanha consultar MARTÍN GARCÍA, Alfre<strong>do</strong> –<br />

Um ejemplo de religiosidad barroca. La V.O.T. franciscana da ciudad de Léon. Estudios humanístico. História. Nº 3<br />

(2004). 159.<br />

77 AOTSP, Livro da formação <strong>do</strong> patrimonio da capela, fl. 14.<br />

78 Sobre os pagamentos recebi<strong>do</strong>s pelos músicos em São Paulo leia-se DUPRAT, Regis – Música na matriz de São Paulo<br />

colonial. Revista de História. vol. XXXVII. (1968). 85-103.<br />

79 AOTSP, Livro da formação <strong>do</strong> patrimonio da capela, fl. 14.<br />

80 AOTSP, Livro II de termos, fl. 130v.<br />

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