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Untitled - Universidade do Minho

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de damasco da Ordem Terceira franciscana. 20 Essas cordialidades acarretavam grandes<br />

responsabilidades aos beneficia<strong>do</strong>s com os empréstimos, pois facilmente as boas relações entre<br />

as instituições desvaneciam-se face à falta de cuida<strong>do</strong> pelos toma<strong>do</strong>res. Isto ocorreu, em 1747,<br />

quan<strong>do</strong> a Mesa decidiu não ceder novamente as cortinas a confraria de Nossa Senhora-a-<br />

Branca, pois os irmãos haviam queima<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objeto num empréstimo anterior. 21<br />

A preocupação com a função <strong>do</strong> Lausperene também decorria devi<strong>do</strong> à publicidade que<br />

proporcionava à instituição. Como um evento público, não somente os associa<strong>do</strong>s da Ordem<br />

Terceira e a comunidade poderiam venerar o Santíssimo Sacramento na igreja, também os<br />

arcebispos visitavam a capela durante o Lausperene. Isso decorreu, por exemplo, em 1746,<br />

quan<strong>do</strong> D. José de Bragança esteve na igreja <strong>do</strong>s terceiros nessa cerimônia. 22<br />

Durante os <strong>do</strong>is dias <strong>do</strong> Lausperene, celebravam-se missas rezadas, sen<strong>do</strong> o vigário <strong>do</strong><br />

culto divino responsável por oficiar uma das celebrações eucarísticas. 23 A partir de 1765, as<br />

missas passaram a ser cantadas, pois o arcebispo D. Gaspar de Bragança (1758-1789), através<br />

de um edital, impôs às igrejas da cidade essa obrigação. 24 A valorização <strong>do</strong> culto ao Santíssimo<br />

Sacramento promovi<strong>do</strong> na cidade pelo arcebispo de sangue real refletia a sua disposição em<br />

engradecer as cerimônias bracarenses também por meio da música.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, as missas <strong>do</strong> Lausperene, a partir de 1765, passaram a ser cantadas e<br />

também, nessa data, “mandaram chamar to<strong>do</strong>s os reveren<strong>do</strong>s capelains <strong>do</strong> coro e <strong>do</strong>s lega<strong>do</strong>s<br />

de missas para virem com suas subrepelizes assestir a expuzição <strong>do</strong> Lausperene”. Esse<br />

incremento da cerimônia, com a assistência de um grupo de clérigos bem aparata<strong>do</strong>s, no<br />

perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> arcebispo D. Gaspar, explica-se pelo engrandecimento <strong>do</strong>s cerimoniais religiosas na<br />

cidade, no contexto <strong>do</strong> barroco e da monarquia absoluta. Não somente as festividades<br />

20 Os franciscanos, de São Frutuoso, pediram emprestadas as cortinas para o Lausperene na sua igreja em 1739 e<br />

1743. AOTB, Livro 3º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 49v., 119. O empréstimo para a igreja de São Vicente<br />

ocorreu em 1747. Para a igreja de Nossa Senhora-a-Branca foi cita<strong>do</strong> o estrago feito anteriormente pelos irmãos da<br />

confraria, de mesmo nome, na cortina. Enquanto a igreja de São Vitor utilizou as cortinas em 1748. AOTB, Livro 4º de<br />

Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 7v., 10-10v., 70.<br />

21 AOTB, Livro 4º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 10-10v.<br />

22 AOTB, Livro da despesa <strong>do</strong> síndico da Ordem Terceira 1710-1760, fl. 114v.<br />

23 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 82.<br />

24 AOTB, Livro 6º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 43v.-44.<br />

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