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Untitled - Universidade do Minho

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<strong>do</strong>gmas católicos. Este processo de seleção buscava preservar a honra da instituição,<br />

selecionan<strong>do</strong> os irmãos entre pessoas abonadas e com boa conduta.<br />

Quan<strong>do</strong> algum candidato fosse recusa<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> a problemas encontra<strong>do</strong>s durante o<br />

processo de investigação, os gestores da Ordem deveria anotar seu nome em em “livro secreto”<br />

(cf. Livro 2, Cap. 8), onde também indicariam os motivos “porque o tal pertendente foy excluso,<br />

para que em outra Mesa por ignorancia nam possa ser admiti<strong>do</strong>.” 42 A inscrição <strong>do</strong>s reprova<strong>do</strong>s<br />

deveria estar assegurada pelos registros, visan<strong>do</strong> garantir futuros equívocos.<br />

Entretanto, se as exigência para a entrada de um novo irmão gestavam um processo<br />

complexo, envolven<strong>do</strong> inquéritos a pessoas da comunidade e a elaboração de um “livro<br />

secreto”, não havia distinções referentes às atividades exercidas pelos candidatos. Ou seja,<br />

oficiais mecânicos, comerciantes, nobres ou lavra<strong>do</strong>res poderiam fazer parte <strong>do</strong> instituto, salvo<br />

raras exceções (cf. Livro 2, Cap. 3). Neste senti<strong>do</strong>, as Ordens Terceiras possuíam um espectro<br />

amplo de recrutamento, incluin<strong>do</strong> também as mulheres. 43<br />

Outra disposição <strong>do</strong>s estatutos gerais consistia na entrega da patente aos irmãos, logo<br />

após a sua profissão. Também recomendava-se que levassem “sempre consigo esta Patente os<br />

irmãos, para onde quer que forem, para que conste na terra onde chegarem, que sam Terceiros<br />

e sejao admiti<strong>do</strong>s como taes aos exercicios e sufragios da Ordem nas ditas terras.” 44 A<br />

importância da patente merece destaque, pois constituía-se na identificação <strong>do</strong>s seculares<br />

franciscanos, independente <strong>do</strong> local onde se encontrassem. Os auxílios espirituais e materiais<br />

aos porta<strong>do</strong>res desse <strong>do</strong>cumento mostravam-se fundamentais para os emigrantes ou viajantes<br />

(cf. Livro 3, Cap. 7).<br />

Nos estatutos também estavam arrola<strong>do</strong>s os cargos necessários para a composição da<br />

Mesa administrativa. Ministro, vice-ministro, secretário, síndico, defini<strong>do</strong>res, vigário <strong>do</strong> culto<br />

divino, zela<strong>do</strong>res e sacristães compunham o órgão gestor. Esse grupo deveria zelar pela<br />

42 SÃO FRANCISCO, Luís de – Que contem tu<strong>do</strong> o que toca a origem, regra, estatutos, cerimonias, privilégios,<br />

progressos da sagrada Ordem Terceira de nosso seraphico padre São Francisco..., p. 547.<br />

43 Também as Ordens Terceiras franciscanas, em Espanha, congregavam irmãos de diversos grupos sócio-econômicos.<br />

A propósito consultar DELGADO PAVÓN, María Dolores – La Venerable Orden Tercera de San Francisco en el Madrid<br />

Del siglo XVII (Sociedad confesional, caridad y beneficiencia)..., p. 57.<br />

44 SÃO FRANCISCO, Luís de – Que contem tu<strong>do</strong> o que toca a origem, regra, estatutos, cerimonias, privilégios,<br />

progressos da sagrada Ordem Terceira de nosso seraphico padre São Francisco..., p. 550.<br />

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