13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Na cidade <strong>do</strong> Porto (cf. Livro 2, Cap. 8) ou, <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Atlântico, em Salva<strong>do</strong>r os membros<br />

da Ordem secular eram obriga<strong>do</strong>s a utilizar o hábito franciscano na sua inumação. 1436<br />

As instituições seculares obrigavam seus membros à utilização <strong>do</strong> hábito franciscano no<br />

momento da morte. As razões para essa imposição referentes ao uso da mortalha indicam<br />

preocupações distintas, mas também complementares, entre os irmãos terceiros.<br />

Primeiramente, ao utilizar o hábito franciscano no momento da morte, os membros da Ordem<br />

Terceira auxiliavam na difusão dessa devoção nas localidades onde se situavam, o que favorecia<br />

esta mortalha no conjunto devocional da época. Porém, também as garantias espirituais<br />

inerentes ao hábito franciscano tornavam-se bastante atraentes para to<strong>do</strong>s os fiéis preocupa<strong>do</strong>s<br />

com a sua salvação (cf. Livro 2, Cap. 8).<br />

Tanto a crença nas possíveis habilidades de São Francisco para retirar as almas <strong>do</strong><br />

purgatório quanto as variadas indulgências concedidas pelos pontífices, principalmente durante<br />

o século XVI 1437 , promoveram a intensificação <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> hábito franciscano no momento da<br />

inumação.<br />

Além destas benesses destinadas a to<strong>do</strong>s os fiéis, os terceiros franciscanos sepulta<strong>do</strong>s<br />

com o hábito da Ordem recebiam indulgência plenária 1438 , portanto, ser enterra<strong>do</strong> com a<br />

vestimenta franciscana assegurava aos irmãos seculares maiores hipóteses de escapar <strong>do</strong>s<br />

sofrimentos <strong>do</strong> purgatório.<br />

Todavia, apesar de to<strong>do</strong>s os privilégios espirituais forneci<strong>do</strong>s pelo sepultamento com o<br />

hábito franciscano, nem to<strong>do</strong>s os irmãos seculares paulistanos optavam por esta mortalha no<br />

1436 A Ordem Terceira franciscana de Salva<strong>do</strong>r tal como sua congênere bracarense obrigavam o uso da mortalha<br />

franciscana no momento da morte aos seus membros. REIS, João José – A morte é uma festa. Ritos fúnebres e revolta<br />

popular no Brasil <strong>do</strong> século XIX..., p. 127.<br />

1437 Sobre as indulgências concedidas por diferentes pontífices para aqueles que usassem a mortalha franciscana ler<br />

GONZÁLEZ LOPO, Domingo L. – Los comportamientos religiosos en la Galicia del Barroco. Santiago de Compostela:<br />

Xunta da Galicia, 2002. pp. 290-291; MARTINS, William de Souza – Membros <strong>do</strong> corpo místico: Ordens Terceiras no<br />

Rio de Janeiro (1700-1822). São Paulo: <strong>Universidade</strong> de São Paulo, 2001. Tese de Doutoramento. Policopiada. p. 173.<br />

1438 EGYPTO, José - Thesouro espiritual serafico, guia de catholicos para o Reyno da Bemaventuranca pelo caminho da<br />

serafica, santa e sagrada ordem terceyra da penitencia instituida por N. serafico Padre S. Francisco; em que se trata<br />

<strong>do</strong> seu glorioso principio, leys & estatutos, sagra<strong>do</strong>s exercicios, suas grandes indulgencias, privilegios apostolicos, sua<br />

uniao espiritual com os filhos e filhas da primeira e segunda Regra serafica, varios avisos, e <strong>do</strong>cumentos uteis e<br />

importantissimos para a salvacao das Almas. Lisboa: Oficina de Mathias Pereira da Silva, 1721. p. 189.<br />

518

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!