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Untitled - Universidade do Minho

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Não somente os religiosos edificavam a via-sacra, também os irmãos terceiros<br />

paulistanos possuíam local com as estações entre instalações. A partir da <strong>do</strong>cumentação, não é<br />

possível auferir a data de construção da via crucis privada entre irmãos seculares. Porém, na<br />

segunda metade <strong>do</strong> século XVIII, tanto as recomendações para realizar este exercício, quanto<br />

referências sobre a sua manutenção são constantes nos livros produzi<strong>do</strong>s pela Ordem.<br />

As estações, da via-sacra, ficavam num “terreiro” pertencente aos seculares. 43 Eram<br />

consertadas freqüentemente ou refeitas as cruzes de madeira, demonstran<strong>do</strong> a valorização e a<br />

preocupação com este espaço entre os irmãos terceiros. 44 Também, a simplicidade das<br />

estações, representadas por cruzes de madeira, evidenciam-se na <strong>do</strong>cumentação.<br />

A simplicidade da via-sacra da Ordem Terceira paulistana edificada em madeira, revela o<br />

parco investimento financeiro na construção, embora fosse um exercício espiritual muito<br />

realiza<strong>do</strong> pelos irmãos.<br />

O exercício espiritual, em vias-sacras privadas, desenvolvia-se também entre os<br />

seculares espanhóis. Em Barcelona, em finais <strong>do</strong> século XVII e início <strong>do</strong> século XVIII, os irmãos<br />

terceiros realizavam, em to<strong>do</strong>s os últimos <strong>do</strong>mingos <strong>do</strong> mês, a via crucis pelos claustros <strong>do</strong><br />

convento franciscano. 45 A realização de vias-sacras privadas está associada à vivência de uma<br />

religiosidade mais intimista, acessível neste caso apenas aos irmãos.<br />

Também, os seculares franciscanos em Recife, nordeste <strong>do</strong> Brasil, possuíam uma via-<br />

sacra privada. Confeccionadas em azulejos, feitos em Portugal, as cruzes ficavam no claustro<br />

das instalações Ordem Terceira. 46 Entretanto, o luxo dessas estações, confeccionadas no reino<br />

em azulejaria constrasvam com a modesta via-sacra <strong>do</strong>s paulistanos, demonstran<strong>do</strong> as<br />

diferenças patrimoniais entre uma instituição instalada numa zona economicamente voltada para<br />

exportação e outra dedicada prioritariamente ao comércio colonial.<br />

42 Sobre a arquitetura <strong>do</strong>s conventos franciscanos no Brasil consultar GUZZO, Ana Maria Moraes – O convento de São<br />

Boaventura de Macacu na arquitetura franciscana brasileira. Cadernos <strong>do</strong> PROARQ. Nº 1 (1997). 143-148.<br />

43 AOTSP, Livro da formação <strong>do</strong> patrimonio da capela, fl. 4.<br />

44 AOTSP, Livro da formação <strong>do</strong> patrimonio da capela, fls. 4, 21v., 23, 26v., 33, 41v., 46, 58.<br />

45 45 A respeito <strong>do</strong>s irmãos terceiros em Barcelona ler SERRA DE MANRESA, Valentí – Els terciaris a Catalunya durant els<br />

segles XVII i XVIII. Analecta sacra tarraconensia: Revista de ciències histórico eclesiàstiques. Nº 70 (1997). 134.<br />

46 Sobre a via-sacra entre os irmãos terceiros <strong>do</strong> Recife ler PIO, Fernan<strong>do</strong> – A Ordem Terceira de São Francisco <strong>do</strong><br />

Recife e suas igrejas. Recife: Imprensa Univeristária UFPE, 1967. p. 59.<br />

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