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Proposta Curricular do Ensino Médio

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esponsável pela inclusão desta modalidade ao ensino regular e sua equivalência com<br />

o ensino propedêutico, reconhecen<strong>do</strong>­o para fins de prosseguimento de estu<strong>do</strong>s no<br />

ensino superior. A conquista deste novo status não elimina, entretanto, a trajetória dual<br />

e o natural direcionamento <strong>do</strong>s estudantes da classe trabalha<strong>do</strong>ra como aluna<strong>do</strong><br />

pre<strong>do</strong>minante da formação profissional que, embora com igualdade de acesso ao<br />

ensino superior, sob a perspectiva legal, raramente chegaram a ele, pela privação da<br />

igualdade social, que compulsória e precocemente os remete ao merca<strong>do</strong> de trabalho.<br />

Na década de 70, a partir da implantação da LDB 5692/71, consideran<strong>do</strong> o nível<br />

de desenvolvimento da industrialização na América Latina, a política educacional<br />

vigente priorizou como finalidade para o <strong>Ensino</strong> <strong>Médio</strong> “a formação de especialistas<br />

capazes de <strong>do</strong>minar a utilização de maquinarias ou de dirigir processos de produção”<br />

(MEC/SEMT, 1999, p.15). Esta tendência levou o Brasil, nesta década, a propor e<br />

implantar a profissionalização compulsória, estratégia que também visava diminuir a<br />

pressão da demanda para o <strong>Ensino</strong> Superior. Esta tentativa, no entanto, foi<br />

rapidamente camuflada pelas escolas privadas de <strong>Ensino</strong> <strong>Médio</strong>, que encontraram<br />

fórmulas de, sem esquivar­se <strong>do</strong> compromisso legal, ampliar os seus horários de<br />

trabalho e seguir com um currículo intensamente acadêmico e propedêutico, o que<br />

acentuou ainda mais as diferenças e a elitização <strong>do</strong> acesso ao <strong>Ensino</strong> Superior. Além<br />

deste “desvio”, também a relativa frustração <strong>do</strong> “milagre brasileiro”, dentre outros<br />

fatores, contribuiu para a promulgação da lei no. 7.044/1982, retornan<strong>do</strong> ao modelo<br />

anterior da escola propedêutica voltada para o prosseguimento de estu<strong>do</strong>s e da escola<br />

profissionalizante orientada para o ingresso precoce no merca<strong>do</strong> de trabalho, opções<br />

com escolha marcada pela condição social, retratan<strong>do</strong> a dualidade estrutural. O projeto<br />

pedagógico <strong>do</strong> ensino médio profissionalizante, neste perío<strong>do</strong>, tinha clara orientação: a<br />

qualificação profissional para atender um modelo de produção que conhecemos por<br />

taylorista­fordista, o da produção em série, com divisão fragmentada <strong>do</strong> trabalho, em<br />

que o tempo e o padrão são rigorosamente controla<strong>do</strong>s pelos inspetores e cuja<br />

motivação assenta­se em estratégias de premiação individual (“operário padrão”,<br />

progressão na carreira). Isso se refletiu no sistema de ensino pelo modelo de<br />

treinamento de habilidades, num processo individual de aprendizagem de formas de<br />

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