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Proposta Curricular do Ensino Médio

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<strong>do</strong> discurso literário quanto para o contexto de sua produção. Pode­se dizer que a<br />

literatura não deve ser tratada como um conteú<strong>do</strong>, mas como a apropriação de uma<br />

linguagem, pois ela não constitui um conjunto de conteú<strong>do</strong>s assimiláveis, mas,<br />

sobretu<strong>do</strong> um campo que apela diretamente à subjetividade, à intuição e à sensibilidade<br />

(OSAKABE, 2004).<br />

É preciso, então, tomar a linguagem em suas diferentes manifestações, como o<br />

lugar de constituição das relações sociais e a partir daí pensar o processo educacional.<br />

O conhecimento deve ser toma<strong>do</strong> como resultante de um processo histórico, construí<strong>do</strong><br />

socialmente no jogo das interações verbais. Por isso, a sala de aula deve se constituir<br />

em um espaço de interação, através <strong>do</strong>s processos interlocutivos e das variedades<br />

lingüísticas, para que os valores sociais a eles atribuí<strong>do</strong>s possam ser discuti<strong>do</strong>s e<br />

vivencia<strong>do</strong>s.<br />

O ensino de Língua assim concebi<strong>do</strong> pressupõe essencialmente não só uma<br />

nova meto<strong>do</strong>logia, mas um novo conteú<strong>do</strong> de ensino. Para Geraldi (1985) não se trata<br />

<strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong> da norma culta como um saber historicamente pronto, como também<br />

não tem a finalidade de substituir a variedade lingüística que o aluno já <strong>do</strong>mina em suas<br />

relações cotidianas por outras. É preciso que os processos interlocutivos oportunizem o<br />

confronto entre as variedades, fazen<strong>do</strong> surgir novas formas lingüísticas. Nessa<br />

concepção, o ensino da leitura, da produção de textos e <strong>do</strong>s usos da língua para o<br />

<strong>Ensino</strong> <strong>Médio</strong> deve caminhar para um encontro de sujeitos, no qual os saberes <strong>do</strong><br />

professor e <strong>do</strong> aluno se confrontam, fazen<strong>do</strong> o “diálogo” <strong>do</strong>s conhecimentos em sala de<br />

aula.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, Geraldi propõe que “o texto se constitua como ponto de partida e<br />

de chegada <strong>do</strong> ensino da língua” e que se tome a linguagem como atividade discursiva.<br />

Desta forma, a leitura é entendida como um processo de interlocução, em que o leitor<br />

busca significações e reconstrói o texto, atribuin<strong>do</strong>­lhe senti<strong>do</strong> a partir de outras<br />

leituras, <strong>do</strong> seu conhecimento prévio e da sua leitura de mun<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Paulo Freire,<br />

é necessário valorizar o saber construí<strong>do</strong> pelo educan<strong>do</strong> na relação com a cultura local<br />

em que está inseri<strong>do</strong>, pois é enaltecen<strong>do</strong> suas vivências e é na interação entre<br />

educa<strong>do</strong>r e educan<strong>do</strong> que se estabelecem os novos saberes.<br />

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