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Proposta Curricular do Ensino Médio

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VI. ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA DA PROPOSTA CURRICULAR<br />

A sincronia entre os princípios nortea<strong>do</strong>res, as orientações curriculares de cada<br />

área <strong>do</strong> conhecimento, a meto<strong>do</strong>logia desencadea<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> processo e o enfoque<br />

avaliativo que o acompanha é condição necessária para a construção <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento<br />

em si, mas sobretu<strong>do</strong>, para a vitalização da sua dinâmica como currículo em ação.<br />

Neste enfoque somos mais uma vez ampara<strong>do</strong>s na pedagogia da possibilidade<br />

de Paulo Freire, que no seu processo de anunciação vivenciou na prática,<br />

especialmente com a alfabetização <strong>do</strong>s camponeses, a meto<strong>do</strong>logia desenvolvida<br />

sobre o eixo problematização­conscientização­ação. Neste eixo, como comenta Grossi<br />

(2003), o mestre buscou alçar a vida com a aprendizagem e esta, (completamos nós)<br />

com a sensível melhora deste “esta<strong>do</strong> de vida inicial”.<br />

“Paulo Freire, antes de morrer, mais de uma vez se pronunciou que ele não<br />

construiu um méto<strong>do</strong> de alfabetização, que ele buscou a relação da vida com a<br />

aprendizagem e, neste rumo, se situa a idéia de palavras gera<strong>do</strong>ras, a partir de<br />

seu significa<strong>do</strong> existencial para os alunos” (GROSSi, 2003, p. 116).<br />

Tornar o currículo significativo transcende a tarefa da mera preocupação com a<br />

seleção <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s (implica a imprescindível observância <strong>do</strong> critério <strong>do</strong> acolhimento<br />

da realidade cultural particular – âmbito local e regional – e da sua relação com outras<br />

realidades culturais – âmbito global) para completar­se e concretizar­se no “trajeto” de<br />

sua construção, ou seja, na meto<strong>do</strong>logia escolhida para o seu desenvolvimento.<br />

Para Paulo Freire, portanto, o eixo meto<strong>do</strong>lógico tem como ponto de partida a<br />

própria realidade, o contexto social no qual o aluno está inseri<strong>do</strong> (e, sobretu<strong>do</strong>, a prática<br />

social nele vigente) o qual é preciso ser problematiza<strong>do</strong>. A problematização se propõe a<br />

fazer as primeiras rupturas na consciência ingênua, remeten<strong>do</strong> à reflexão sobre novas<br />

possibilidades e a apropriação de novas “chaves” de leitura desta realidade, graças às<br />

quais é possível chegar à criação de novas alternativas de intervenção para a melhoria<br />

desta realidade, ponto de retorno <strong>do</strong> caminho percorri<strong>do</strong>. É preciso enfatizar que este<br />

processo, segun<strong>do</strong> a prática de Paulo Freire, assume um caráter essencialmente<br />

coletivo, em cuja construção não é possível prescindir <strong>do</strong> exercício irrestrito <strong>do</strong> diálogo,<br />

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