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Proposta Curricular do Ensino Médio

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movimentos sociais, organizações políticas ou sindicais. A investigação de Sultana<br />

(apud TORRES SANTOMÉ, 2001) demonstrou que “a conscientização e as atividades<br />

políticas <strong>do</strong> professora<strong>do</strong> terão cada vez mais agendas progressistas <strong>do</strong> que<br />

conserva<strong>do</strong>ras se enlaçarem em movimentos sociais democráticos externos à<br />

instituição escolar que afetam as suas percepções e compromissos, tanto individual<br />

como coletivamente” (p.233).<br />

Para a construção deste perfil, imprescindível se faz uma grande abertura para o<br />

diálogo, disposição para ampliar a bagagem <strong>do</strong> conhecimento cultural, político e social,<br />

disposição para a busca constante da ilustração, pela via coletiva e cooperativa e, o<br />

que é imprescindível, grande senso de responsabilidade e compromisso com os<br />

problemas sociais coletivos.<br />

Quan<strong>do</strong> Freire (1990) atribui ao professor como agente de mudança o caráter de<br />

trabalha<strong>do</strong>r social, quan<strong>do</strong> estabelece a diferença de perfil entre este ­ “o trabalha<strong>do</strong>r<br />

social” (o que opta pela mudança, que não teme a liberdade, que não é manipula<strong>do</strong>r,<br />

que não emite prescrições e que também rejeita, por sua vez, a espontaneidade<br />

irreflexiva) e “o trabalha<strong>do</strong>r reacionário” (conserva<strong>do</strong>r, defensor e reprodutor <strong>do</strong> ‘status<br />

quo’), quan<strong>do</strong> descreve a dinâmica da bagagem cultural e contextual necessária,<br />

também manifesta a preocupação pelas predisposições básicas necessárias para o<br />

comprometimento com a mudança:<br />

“Esta mudança de percepção, que se produz na problematização de uma<br />

realidade em conflito, ao contemplar nossos problemas vitais em seu verdadeiro<br />

contexto, exige que voltemos a enfrentar­nos com nossa realidade.<br />

Necessitamos ‘apropriar­nos’ <strong>do</strong> contexto e inserir­nos nele (não ‘aderin<strong>do</strong>­nos’ a<br />

ele), não sob o império <strong>do</strong> tempo, senão dentro <strong>do</strong> tempo. Se este tipo de<br />

esforço o trabalha<strong>do</strong>r reacionário não pode desenvolver, isso deveria ser uma<br />

preocupação constante para aqueles que estão comprometi<strong>do</strong>s com a mudança”<br />

(FREIRE, 1990, p. 62).<br />

A bagagem cultural, política e social implica, portanto, nesta apropriação<br />

contextual que abrange o conhecimento da estrutura social complexa (seus supostos,<br />

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