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Proposta Curricular do Ensino Médio

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Em maio de 1976, um grupo de professores e alunos <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> de Filosofia<br />

da UFRJ fun<strong>do</strong>u no Rio de Janeiro a SEAF, pois to<strong>do</strong>s acreditavam ser vital a<br />

criação de um instrumento de apoio e estímulo ao seu trabalho, como um meio<br />

de prolongá­lo e dar­lhe eficácia além <strong>do</strong>s muros universitários. Isto porque a<br />

universidade, naquele momento, inviabilizava qualquer movimento ou<br />

atividade, quer fosse filosófica, política ou cultural. Não era possível realizar<br />

conferências ou convidar um professor para debater e exercer com liberdade o<br />

seu pensamento, pois a universidade estava vigiada pelo regime militar.<br />

(CARMINATI, 1997, p. 70).<br />

A SEAF teve “o mérito de estabelecer importante discussão nacional sobre o<br />

problema da ausência da disciplina de filosofia no segun<strong>do</strong> grau, contribuin<strong>do</strong> para<br />

difundir a filosofia no Brasil, tanto nas universidades quanto nas escolas de segun<strong>do</strong><br />

grau” (Carminati, 1997, p. 169).<br />

Porém, é importante tentar compreender o contexto histórico da luta pelo retorno<br />

desse saber: desde a segunda metade da década de 1970, desembocan<strong>do</strong> na década<br />

seguinte, já se sublinha, no Brasil uma abertura lenta, gradual e segura de um regime<br />

militar que se havia instala<strong>do</strong> no País em 1964 e, concomitantemente, irrupção de<br />

movimentos operários e populares marca<strong>do</strong>s pela autonomia e contestação à ordem<br />

estabelecida.<br />

Todavia, é bom salientar que essa movimentação não se restringe a situação<br />

brasileira, mas é fruto de contestações pelo conjunto <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res em escala<br />

mundial, procuran<strong>do</strong> estabelecer, na prática, alterações nas relações sociais de<br />

trabalho e de produção. Com a marginalização <strong>do</strong>s sindicatos, a remodelação da<br />

disciplina da empresa e, principalmente pon<strong>do</strong> “em questão a legitimidade da versão<br />

clássica <strong>do</strong> socialismo, que se havia limita<strong>do</strong> a alterar as formas de propriedade, mas<br />

manten<strong>do</strong> no essencial as relações de produção capitalistas” (Bernar<strong>do</strong>, 2000, p.28).<br />

Configura­se, então, um olhar que atingiria em cheio to<strong>do</strong> o espectro social, com<br />

repercussões no ambiente escolar, principalmente no tocante à questão da criticidade<br />

que seria vislumbrada com <strong>do</strong>is enfoques. O primeiro apregoa a necessidade da<br />

formação através da transmissão­assimilação de conteú<strong>do</strong>s, porém criticamente em<br />

valorização da instrução como apreensão <strong>do</strong> saber sistematiza<strong>do</strong>.<br />

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