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Proposta Curricular do Ensino Médio

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méto<strong>do</strong>s e disciplina das escolas da Companhia” (Paim, 1984, p. 210) com ênfase na<br />

fundamentação epistemológica aristotélico­tomista.<br />

Caracteriza­se, ainda pela memorização e pela repetição <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s<br />

transmiti<strong>do</strong>s (repetitio mater studiorum 20 ), por rígi<strong>do</strong> controle <strong>do</strong>s religiosos jesuítas<br />

sobre os professores, selecionan<strong>do</strong> “cuida<strong>do</strong>samente os livros [...], as questões a serem<br />

suscitadas [...], especialmente em filosofia e teologia (Ribeiro,1995, p. 24), alertan<strong>do</strong>­os:<br />

“se alguns forem amigos da novidade ou de espírito demasia<strong>do</strong> livre, devem ser<br />

afasta<strong>do</strong>s sem hesitação <strong>do</strong> serviço <strong>do</strong>cente” (Paim, 1984, p. 210).<br />

Há também monitoramento “sobre as leituras feitas pelos alunos, para não os<br />

expor a nenhuma influência externa, a ‘idéias novas’ ou contrárias à <strong>do</strong>utrina da Igreja”<br />

(Alves, 2002, p.11). Conclui­se, diante disso, total “ausência de independência<br />

intelectual e de senso crítico: ao aluno cabia apenas a função receptiva e passiva de<br />

um saber já descoberto, pronto e acaba<strong>do</strong>” (Souza, 1992, p.19).<br />

b) Perío<strong>do</strong> Pombalino<br />

No Perío<strong>do</strong> Pombalino, em contraposição ao perío<strong>do</strong> anterior, o ensino de<br />

Filosofia esteve acopla<strong>do</strong> teoricamente à perspectiva de justificação de um saber da<br />

“ciência natural”, ao contorno cartesiano­galileano de <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> homem sobre o<br />

mun<strong>do</strong> natural funda<strong>do</strong> na observação e experimentação e, conseqüentemente, na<br />

abominação às leituras de Aristóteles e de Tomás de Aquino.<br />

Em decorrência disso, a rígida visão administrativa jesuítica foi “reestruturada”<br />

em “novo ensino” ministra<strong>do</strong> por leigos, filhos de proprietários rurais (Horn, 2000, p. 21),<br />

que substituiu “um sistema orgânico, um currículo de cunho linear, ordena<strong>do</strong>,<br />

progressivo, com duração e conteú<strong>do</strong>s determina<strong>do</strong>s, materiais e méto<strong>do</strong>s específicos,<br />

por aulas avulsas de disciplinas isoladas” (Eiterer, 2002, p. 473).<br />

Contu<strong>do</strong>, propiciou­se o processo de ensino­aprendizagem livresco, abstrato,<br />

preocupa<strong>do</strong> com a elite intelectual, cujo trabalho estava sob o encargo <strong>do</strong>s escravos,<br />

numa sociedade exclusivamente agrária, ou melhor, os velhos ditames escolástico­<br />

20 Tradução: “a repetição é a mãe da aprendizagem”.<br />

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