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Proposta Curricular do Ensino Médio

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leitor tem mais poder e vai, como diz Umberto Eco, construir suas próprias trilhas no<br />

texto/bosque.<br />

Dessa forma, passa­se a entender a prática da leitura sob diferentes enfoques.<br />

Primeiro, como uma teoria <strong>do</strong> conhecimento, já que envolve a relação leitor/texto.<br />

Nesse caso, observa­se, por exemplo, o maior ou menor poder <strong>do</strong> autor e <strong>do</strong> leitor na<br />

construção de senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> texto. Depois, pode­se entender como uma prática que<br />

envolve esta<strong>do</strong>s e disposições psíquicas, conscientes ou inconscientes, que<br />

determinam o ato de ler ou nele interferem. O ato de ler é motiva<strong>do</strong> por um desejo e, ao<br />

mesmo tempo, atravessa<strong>do</strong> pelo inconsciente. Isso significa que o leitor não controla<br />

todas as suas ações; antes investe no texto seus me<strong>do</strong>s, suas angústias, suas<br />

fantasias, suas esperanças. Além disso, a leitura é também uma teoria da<br />

comunicação, ao voltar­se para a formação de senti<strong>do</strong>s enquanto envolve<strong>do</strong>ra de<br />

códigos, mensagens, emissão, contexto e da recepção. A publicação de um texto<br />

implica uma relação de circulação e consumo em que importa refletir sobre para quem<br />

se escreve, para que se escreve e como se escreve. Um outro enfoque da leitura é o<br />

da análise <strong>do</strong> discurso, ao englobar a textualidade, a coerência, a interação verbal e<br />

outros fatos próprios da língua em seu uso pelos grupos humanos. A organização<br />

interna <strong>do</strong> texto, sua relação com outros textos, suas dimensões político­econômicas<br />

são elementos essenciais <strong>do</strong> ato da leitura.<br />

Todas essas abordagens se interpenetram e se apresentam historicamente<br />

definidas, dependen<strong>do</strong>, pois, da época e da sociedade em que são produzidas. Nesse<br />

senti<strong>do</strong>, é importante considerar algumas modalidades da prática de leitura em tempos<br />

e espaços diversos.<br />

Na prática pedagógica <strong>do</strong>s professores e professoras, principalmente os (as) de<br />

Língua Portuguesa, gradativamente vem sen<strong>do</strong> enfatiza<strong>do</strong> o tratamento didático da<br />

leitura. Entre os <strong>do</strong>centes já há consciência de que a formação de leitores autônomos e<br />

críticos é um <strong>do</strong>s grandes objetivos <strong>do</strong> ensino da Língua Portuguesa. Em um mun<strong>do</strong><br />

marca<strong>do</strong> por múltiplos códigos e linguagens, é preciso o <strong>do</strong>mínio dessas linguagens, ou<br />

melhor, torna­se uma necessidade saber ler e interpretar to<strong>do</strong>s esses códigos e essas<br />

linguagens. Esse <strong>do</strong>mínio, por meio da leitura, pode possibilitar ao aluno refletir sobre<br />

as diferentes questões da realidade que o cerca, poden<strong>do</strong> auxiliá­lo a transpor a<br />

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