17.04.2013 Views

Proposta Curricular do Ensino Médio

Proposta Curricular do Ensino Médio

Proposta Curricular do Ensino Médio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

• na falsa percepção de que homem e natureza são “seres” separa<strong>do</strong>s, e em<br />

decorrência, na falta da percepção de que ambos constituem uma só energia e<br />

que, portanto, afetada uma parte dela (a natureza) o homem se afeta,<br />

desencadean<strong>do</strong> a autodestruição;<br />

• na falsa percepção de que nesta sociedade alguns humanos são superiores<br />

outros inferiores, pelo simples fato de terem nasci<strong>do</strong> em determina<strong>do</strong> lugar, de<br />

pertencerem ou não a determinada família, de terem esta ou aquela cor, de<br />

serem deste ou daquele gênero, ou ainda, serem pessoas com necessidades<br />

educacionais especiais;<br />

• na falsa percepção de que alguns seres humanos merecem investimento,<br />

outros apenas atendimento (e às vezes, terrivelmente precário);<br />

• na falsa percepção, enfim, de que as diferenças se constituem em critérios de<br />

classificação ou categorização para marginalizar pessoas <strong>do</strong> projeto social ou<br />

credenciar pessoas à sua efetiva participação.<br />

Esta miopia pode e precisa ser corrigida. Pode, porque é apenas uma condição e<br />

não uma predestinação. Precisa, porque <strong>do</strong> alcance da verdadeira percepção depende<br />

o movimento na direção certa e o desencadeamento de ações assertivas rumo ao<br />

projeto de desenvolvimento da sociedade no qual to<strong>do</strong>s estejam incluí<strong>do</strong>s. Este é<br />

também o grande desafio para o projeto educativo, pois a instituição escola é o espaço<br />

onde a sociedade como um to<strong>do</strong> se encontra representada, onde a falsa percepção se<br />

manifesta e onde ela precisa ser tratada para que se possa vivenciar a experiência<br />

prima da “Unidade na Diversidade 5 ”fundamentada na premissa de que “temos direito a<br />

sermos iguais quan<strong>do</strong> a diferença nos inferioriza; temos direito a sermos diferentes<br />

quan<strong>do</strong> a igualdade nos descaracteriza” (TEODORO, 2003, p. 154).<br />

5 “Quan<strong>do</strong> digo unidade na diversidade é porque, mesmo reconhecen<strong>do</strong> que as diferenças entre as<br />

pessoas, grupos, etnias, possam dificultar um trabalho em unidade, ela é possível. Mais: é necessária,<br />

consideran<strong>do</strong>­se a coincidência <strong>do</strong>s objetivos por que os diferentes lutam. A igualdade nos e <strong>do</strong>s<br />

objetivos pode viabilizar a unidade na diferença”. (FREIRE, 2004, p. 68).<br />

36

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!