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Proposta Curricular do Ensino Médio

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4.5. Língua Portuguesa e Literatura<br />

4.5.1. Caracterização ­ A Língua Portuguesa e a Literatura no <strong>Ensino</strong> <strong>Médio</strong><br />

Para dar início às Orientações <strong>Curricular</strong>es para o <strong>Ensino</strong> <strong>Médio</strong> <strong>do</strong> Tocantins,<br />

considera­se relevante apresentar uma retomada histórica <strong>do</strong> ensino da Língua<br />

Portuguesa com vistas a esclarecer a prática atual e também apontar aspectos a serem<br />

supera<strong>do</strong>s.<br />

Conforme da<strong>do</strong>s históricos, a Língua Portuguesa passou a fazer parte <strong>do</strong><br />

currículo escolar no Brasil nas últimas décadas <strong>do</strong> século XIX, com as disciplinas<br />

Retórica e Poética, esta abrangen<strong>do</strong> a Literatura. Em 1838, passa a existir a Gramática<br />

Nacional como objeto de estu<strong>do</strong>, que posteriormente foi denomina<strong>do</strong> Português. O<br />

cargo “professor de Português” foi cria<strong>do</strong> em 1871, por Decreto Imperial. Nesse<br />

contexto, a instrução escolar era precária e visava mais à catequização e à manutenção<br />

<strong>do</strong> controle <strong>do</strong>s colonos <strong>do</strong> que ao ensino. Segun<strong>do</strong> Villalta (2004) tratava­se de um<br />

ensino retórico, imitativo e elitista, uma educação claramente reprodutivista. Ressalta­<br />

se, porém, que essa situação não era exclusiva <strong>do</strong>s professores de Língua Portuguesa,<br />

a cultura da reprodução e a pedagogia da transmissão alcançavam todas as disciplinas.<br />

O suceder <strong>do</strong>s fatos históricos apontou para a emergência de princípios teóricos<br />

que alterariam esse quadro eminentemente reprodutor. Nas últimas décadas, vem­se<br />

observan<strong>do</strong> um movimento de pensamento que procura se libertar <strong>do</strong> ensino normativo<br />

inicial com a contribuição de pensa<strong>do</strong>res contemporâneos e com o surgimento de<br />

novos campos <strong>do</strong> saber ou de novos espaços teóricos. Mais notadamente a partir de<br />

1980, lingüistas vêm pesquisan<strong>do</strong> sobre a Língua Portuguesa e denuncian<strong>do</strong> o ensino<br />

centra<strong>do</strong> na transmissão da teoria gramatical e memorização de regras da norma<br />

padrão. A partir de então, passa­se a defender o respeito ao mo<strong>do</strong> de usar a língua <strong>do</strong>s<br />

diferentes sujeitos e nas diferentes situações, dan<strong>do</strong> ênfase ao ensino de variedades<br />

lingüísticas (MEC/SEMTEC, 2006).<br />

Também em relação ao ensino da Literatura torna­se necessária a superação de<br />

paradigmas. No contexto atual, é preciso romper com a velha historiografia literária, que<br />

se prende a da<strong>do</strong>s biográficos e às características específicas de uma escola literária.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, faz­se necessário deslocar o foco de estu<strong>do</strong> tanto para a especificidade<br />

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