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Proposta Curricular do Ensino Médio

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acontecimentos da história narrada, divulgada pelos meios de comunicação e pelos<br />

diversos órgãos e agentes produtores <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> nada de especial trouxessem, não<br />

deixan<strong>do</strong> marcas que se constituíssem em referências de um passa<strong>do</strong>, de um presente<br />

de um futuro.<br />

A participação em determina<strong>do</strong>s acontecimentos públicos, e que muitas vezes<br />

são incorpora<strong>do</strong>s à história, essa sim, pode­se tornar um foco de memória. Dessa<br />

forma, quan<strong>do</strong> um fato público ou a história oficial tem um registro nas lembranças da<br />

população (principalmente <strong>do</strong>s mais “velhos”) pode se afirmar que houve uma<br />

associação entre o acontecimento ou fato histórico narra<strong>do</strong> e suas vidas.<br />

No entanto, como observa Eléa Bosi: “A lembrança de certos momentos públicos<br />

(guerras, revoluções, greves...) pode ir além da leitura ideológica que provoca nas<br />

pessoas que os recorda”. Há um mo<strong>do</strong> de viver os fatos da história, um mo<strong>do</strong> de sofrê­<br />

los na “carne” que os tornam indeléveis e os mistura no cotidiano, a tal ponto que já não<br />

seria fácil distinguir a memória familiar e pessoal.<br />

Em se tratan<strong>do</strong> de memória de acontecimentos políticos <strong>do</strong> Brasil,<br />

exemplificamos a Revolução de 30.<br />

Temos então a narrativa da morte de João Pessoa: Arnal<strong>do</strong>, que nesse perío<strong>do</strong><br />

tinha apenas quatro anos de idade, diz o que recorda de 1930: “Ah, eu fiquei saben<strong>do</strong><br />

porque a gente via o tiroteio, né? Vinha lá <strong>do</strong> centro, à bala choven<strong>do</strong> aí no centro. Eu<br />

morava aqui pertinho”. A forma ou análise embutida na rememoração dessa história<br />

tem, indubitavelmente, a conotação <strong>do</strong> lugar que o entrevista<strong>do</strong> ocupa. Em outros<br />

termos, um militante de um sindicato de trabalha<strong>do</strong>res terá uma visão distinta de um<br />

outro entrevista<strong>do</strong>, um empresário, ou de um militante <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> liberal, por exemplo.<br />

A vertente memória se torna imprescindível neste eixo por possibilitar a<br />

ilustração numa outra perspectiva de um episódio marcante de nossa História, ocorri<strong>do</strong><br />

na década de 30; mostran<strong>do</strong> que tanto a abordagem deste exemplo como tantos outros<br />

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