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Proposta Curricular do Ensino Médio

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classificar os termos em orações e perío<strong>do</strong>s ou transformar advérbios em locuções<br />

adverbiais.<br />

No entanto, se a intenção <strong>do</strong> professor é trabalhar na perspectiva da análise<br />

lingüística e não o ensino tradicional da gramática, então o procedimento a ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />

é outro. Neste caso, o objeto de ensino será as expressões adverbiais indica<strong>do</strong>ras de<br />

circunstâncias e a estratégia a ser usada poderá ser a leitura e comparação de gêneros<br />

diversos e observação de casos para se chegar a conclusões mais gerais. Nessa<br />

perspectiva, a habilidade esperada é que o aluno consiga perceber que as<br />

circunstâncias podem ser sinalizadas por meio de adjuntos adverbiais e outros<br />

recursos, construin<strong>do</strong>­se expectativas de leitura e matizes de senti<strong>do</strong>s relevantes para a<br />

compreensão global.<br />

Men<strong>do</strong>nça (2006) destaca que a diferença entre o ensino tradicional de<br />

gramática e de análise lingüística centra­se na concepção de linguagem. Conforme<br />

exposto acima, pode­se inferir que o ensino de gramática privilegia as habilidades<br />

metalingüísticas, está centra<strong>do</strong> na norma padrão, tem como unidade privilegiada a<br />

palavra, a frase e o perío<strong>do</strong>, dá ênfase aos exercícios estruturais de identificação e<br />

classificação e utiliza uma meto<strong>do</strong>logia transmissiva, baseada em exposição e<br />

treinamento. Em contraposição, a análise lingüística privilegia as atividades<br />

epilingüísticas e metalingüísticas paralelamente, centra a análise nos efeitos de senti<strong>do</strong>,<br />

a unidade privilegiada é o texto e dá preferência a questões abertas e atividades que<br />

requerem comparação e reflexão sobre adequação e efeitos de senti<strong>do</strong>.<br />

Da mesma forma que nas atividades de leitura, na produção de texto também<br />

a análise lingüística tem uma perspectiva diferenciada <strong>do</strong> ensino tradicional de<br />

gramática. Men<strong>do</strong>nça (2006) exemplifica com uma situação em que os objetos de<br />

ensino são as Orações Coordenadas e Subordinadas e a estratégia usada é a<br />

exposição de perío<strong>do</strong>s para identificação e classificação <strong>do</strong>s termos. Com isso, o aluno<br />

consegue, no máximo, identificar e classificar as orações e perío<strong>do</strong>s. Já na perspectiva<br />

de análise e reflexão da língua ­ a análise lingüística – este mesmo conteú<strong>do</strong> seria<br />

trabalha<strong>do</strong> enfatizan<strong>do</strong> os opera<strong>do</strong>res argumentativos e a organização estrutural das<br />

sentenças. Para isso, o procedimento poderia ser a leitura e comparação de textos,<br />

bem como a reescrita <strong>do</strong>s textos, possibilitan<strong>do</strong> ao aluno perceber as várias formas de<br />

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