27.04.2013 Views

REVISTA 33 - Jurisprudência - TRF

REVISTA 33 - Jurisprudência - TRF

REVISTA 33 - Jurisprudência - TRF

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

58<br />

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO<br />

alternativas para a manutenção do negócio; que tinha conhecimento<br />

de que a Vale do Rio Doce lançara debêntures para levantar fundos<br />

para pesquisa; que, como não tinha o porte dessa empresa, decidiu<br />

entrar no mercado de venda fracionada de ouro, mercado este em<br />

ascensão na época...”<br />

Em vista disso, afastada a tese de que o recorrente não soube discernir ouro<br />

enquanto mercadoria e ouro enquanto ativo financeiro.<br />

Para efeito da Lei nº 7.492/86 (art. 12), qualquer pessoa jurídica que capte<br />

recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, se equipara à<br />

instituição financeira, cuja operação depende de prévia autorização do Banco Central<br />

do Brasil.<br />

O Banco Central, tomando conhecimento de que a Empresa Mineração São<br />

Mateus Ltda., a pretexto de atuar no comércio de ouro, realizava operações privativas<br />

de instituição financeira, aplicou-lhe multa, conforme decisão proferida no Processo<br />

Administrativo nº 95.00.46068-3 (fls. 285/286).<br />

Oportuna a transcrição de um trecho da decisão do Bacen no sentido de<br />

ratificar o conhecimento por parte do apelante sobre a verdadeira atividade da empresa<br />

(fls. 286):<br />

“Além disso, prestando informações sobre essa irregularidade em<br />

13/09/94, antes da formalização do presente processo, a pessoa<br />

jurídica confirmou que, realmente, vinha praticando operações<br />

privativas de instituições financeiras, declinando, na oportunidade,<br />

que esta autarquia ainda não havia se pronunciado a respeito da<br />

venda parcelada de ouro, e também que não havia qualquer vedação<br />

por parte da Receita Federal. Essas informações, todavia, não<br />

procedem, ante a expressa vedação contida no item 1 da Resolução<br />

nº 1.429/87.”<br />

Assim, diante das provas contundentes de que o recorrente praticou, de forma<br />

consciente e voluntária, o fato criminoso previsto no art. 16 da Lei nº 7.492/86, impõe-se<br />

a manutenção da sentença.<br />

Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.<br />

É como voto.<br />

PAULO FREITAS BARATA<br />

Desembargador Federal<br />

Rev. jurisprud. Trib. Reg. Fed. 2. reg. v. 10, n. <strong>33</strong>, p. 1-<strong>33</strong>9, jan./mar. 2002

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!