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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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oposição a criação do Movimento <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> Nacional Antifascista (MUNAF), que<br />

respondia à viragem do sentido da <strong>guerra</strong>, pen<strong>de</strong>ndo favoravelmente aos Aliados e na<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Frente Nacional Antifascista que a Internacional Comunista <strong>de</strong>fendia.<br />

Num dos primeiros números <strong>de</strong> O Militante, a propósito da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

organizar a resistência contra o apoio <strong>de</strong> Salazar ao Eixo, o <strong>PCP</strong> não só reconhece<br />

implicitamente a alteração que significava a agressão da URSS pelo exército nazi, como<br />

acrescenta:<br />

“Abaixo os mal-intencionados que apregoam a neutralida<strong>de</strong> a todo o<br />

custo para, mais facilmente auxiliarem as potências fascistas!<br />

Esclareçamos os bem intencionados <strong>de</strong> que a neutralida<strong>de</strong> salazarista não<br />

passa duma mistificação para favorecer o ”Eixo” !<br />

Continuemos o Exército da Vitória pela união <strong>de</strong> todos os povos<br />

esmagados pelo fascismo!<br />

Unifiquemos a nossa resistência ao auxílio prestado por Salazar aos<br />

fascistas do “Eixo”, e às suas manobras <strong>de</strong> <strong>guerra</strong>!<br />

Viva a união <strong>de</strong> todos os anti-fascistas !” 271 .<br />

Todavia, será o Secretariado recomposto <strong>de</strong>pois das prisões <strong>de</strong> 1942 que<br />

conseguirá dar, entre finais <strong>de</strong>sse ano e inícios do seguinte, passos <strong>de</strong>cisivos no sentido<br />

<strong>de</strong> relançar a unida<strong>de</strong> anti-fascista nesses preciso termos.<br />

Nesse sentido, o <strong>PCP</strong> beneficiou da própria evolução da conjuntura internacional<br />

<strong>de</strong> <strong>guerra</strong> e, internamente, do crescendo do movimento social. Do mesmo modo,<br />

beneficiaria <strong>de</strong> uma renovação do pessoal político no quadro da oposição, com a<br />

constituição Núcleo <strong>de</strong> Acção e Doutrinação Socialista, mais próximo <strong>de</strong> posições <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong> com o Partido Comunista e que mediará os contactos com as velhas correntes<br />

oposicionistas – Partido Republicano, Maçonaria, o que restava do PS (SPIO) e <strong>de</strong><br />

sectores da CGT.<br />

A evolução dos contactos parece tomar um curso positivo, tomando rapidamente<br />

a forma <strong>de</strong> proposta <strong>de</strong> base programática “para a constituição da Unida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong><br />

todas as organizações, grupos e individualida<strong>de</strong>s anti-fascistas e patrióticas” 272 , que, no<br />

essencial, apontava para o <strong>de</strong>rrube <strong>de</strong> Salazar e sua substituição por um Governo <strong>de</strong><br />

Unida<strong>de</strong> Nacional que se comprometia a tomar medidas contra o “Eixo”, <strong>de</strong> saneamento<br />

dos germanófilos da função pública e do Exército, dissolução das organizações do<br />

271 Linha Geral. Desmascaremos a política <strong>de</strong> <strong>guerra</strong> <strong>de</strong> Salazar, in O Militante, III série, 3, Setembro <strong>de</strong> 1941<br />

272 Comité Central do Partido Comunista Português, 9 Pontos-Programa para a Unida<strong>de</strong> Nacional, Março <strong>de</strong> 1943<br />

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