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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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Rio Tinto e <strong>de</strong> conter alguns entusiasmos verbais na <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> Quintão Meireles, é<br />

consi<strong>de</strong>rada como vacilante face ao fascismo, à reacção e ao imperialismo.<br />

Para a direcção do <strong>PCP</strong>, Meireles e a sua candidatura, pelo seu prórpio percurso<br />

biográfico, verda<strong>de</strong>iramente anatemizadas, representava no seio da oposição tudo<br />

quanto combatia:<br />

“(...) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a or<strong>de</strong>m fascista existente, a criminosa política <strong>de</strong><br />

<strong>guerra</strong> seguida por esta, a “or<strong>de</strong>m nas almas e nas ruas”, a organização<br />

corporativa, etc., e berrou também a sua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> aos pactos e tratados<br />

agressivos e escravizadores como o Pacto do Atlântico, Pacto Ibérico,<br />

Plano Marshall, etc.. Por outro lado, tal como a camarilha salazarista,<br />

mostrou o seu medo das massas populares e arvorou o velho e esfarrapado<br />

espantalho do anticomunismo, vomitando as mais torpes calúnias contra os<br />

comunistas e a gloriosa União Soviética, baluarte da Paz no Mundo” 516<br />

Mas, o almirante recusar-se-á também a participar nas eleições, alegando falta <strong>de</strong><br />

condições <strong>de</strong>mocráticas e fazendo com que Craveiro Lopes venha a ser eleito sem<br />

qualquer oposição. A conspiração ganha ímpeto, Henrique Galvão encabeça-a e os<br />

planos orientam-se para que rebente durante a Cimeira da Nato, prevista para Fevereiro<br />

do ano seguinte 517 , vindo, no entanto a ser, mais uma vez, abortada pelo regime.<br />

Para a Comissão dos Trabalhadores do Porto do Movimento, uma das estruturas<br />

que mais assanhadamente zurzira Quintão, recebendo, por isso, o público apoio do<br />

Secretariado do CC, este <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> ir às urnas porque “foi obrigado pelo Povo, que<br />

seguiu a justa posição do MND (...) para não sofrer uma vergonhosa <strong>de</strong>rrota em<br />

eleições cujos resultados já o governo tinha mais que assegurados” 518 .<br />

A Comissão <strong>de</strong> Trabalhadores era uma espécie <strong>de</strong> correia <strong>de</strong> transmissão<br />

autorizada das posições do partido, por isso, quem <strong>de</strong>la discordasse era do partido que<br />

discordava:<br />

“Houve mesmo elementos que, dizendo-se comunistas, não somente<br />

não secundaram <strong>de</strong>ntro das comissões do MND os pontos <strong>de</strong> vista junto dos<br />

representantes das comissões <strong>de</strong> trabalahdores, COMO<br />

516<br />

A clique do Almirante Meireles, in Avante!, VI série , 160, Agosto <strong>de</strong> 1951<br />

517<br />

Cf. T[elmo] F[aria], golpe <strong>de</strong> 1952, in Dicionário <strong>de</strong> História <strong>de</strong> Portugal, Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> António Barreto e Maria Filomena<br />

Mónica, 8, Suplemento, Figueirinhas, Porto, 1999, p. 110<br />

518<br />

A Comissão dos Trabalhadores do Porto do Movimento Nacional Democrático, A participação dos trabalhadores na última<br />

Campanha Eleitoral, Porto, Setembro <strong>de</strong> 1951<br />

204

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