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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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Que todos divulguem a nova voz anti-fascista, <strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>r ser escutada em<br />

todo o país. Que se enviem para a Rádio Portugal Livre informações, sugestões e<br />

críticas.<br />

Aju<strong>de</strong>mos RÁDIO PORTUGAL LIVRE a ser um po<strong>de</strong>roso factor <strong>de</strong><br />

esclarecimento e agitação a favor do nosso povo.<br />

O «Avante!» saúda calorosamente essa nova e bela irmã” 1648 .<br />

Apesar <strong>de</strong>sse organismo integrar <strong>de</strong> início Pedro Soares e, <strong>de</strong>pois, Aurélio<br />

Santos, como responsáveis, ambos membros do Comité Central, como refere Rui<br />

Perdigão, “A direcção política da RPL pertenceu sempre a Álvaro Cunhal. Enquanto se<br />

encontrou em Moscovo essa direcção era assegurada através <strong>de</strong> conversas telefónicas<br />

regulares e <strong>de</strong> cartas; quando se foi instalar em Paris, só através <strong>de</strong> cartas que em<br />

geral seguiam por correio normal e em que havia a preocupação “conspirativa” <strong>de</strong><br />

dizer as coisas como se fossem ouvidas a outros, <strong>de</strong> não falar na rádio mas da “vossa<br />

revista” e <strong>de</strong> substituir certos nomes por pseudónimos” 1649 .<br />

As informações que chegavam do país eram centralizadas por Cunhal, que as<br />

filtrava e seleccionava para <strong>de</strong>pois remeter ao organismo <strong>de</strong> redacção da RPL. Esse<br />

material constituía com a imprensa partidária e com alguma imprensa nacional chegada<br />

sempre com gran<strong>de</strong> atraso, a matéria informativa, a que acresciam as entrevistas<br />

regularmente realizadas com dirigentes partidários no exterior ou em passagem pelo<br />

exterior por qualquer circunstância.<br />

Escutava-se atentamente a emissão em ondas curtas da oficialíssima Emissora<br />

Nacional, completamente tutelada pelo regime. Tratava-se, todavia, <strong>de</strong> um manancial<br />

informativo insuficiente para alimentar trinta minutos diários <strong>de</strong> emissão, pelo que o<br />

restante ficava ao critério da redacção, tornando-se indispensável incluir, além do<br />

“miolo” representado pelas notícias da frente interna, matérias <strong>de</strong> política internacional<br />

e, cada vez mais, sobre as <strong>guerra</strong>s coloniais.<br />

Pela redacção da RPL passou ainda, antes <strong>de</strong> se instalar na Bélgica, Alda<br />

Nogueira, também do CC do <strong>PCP</strong>; Margarida Tengarrinha, Maria da Pieda<strong>de</strong><br />

Morgadinho, Teresa Men<strong>de</strong>s ou Álvaro Mateus.<br />

Margarida Tengarrinha, que ingressa nos quadros da rádio em 1963, refere-se ao<br />

ambiente <strong>de</strong> trabalho na redacção, sujeito à forte pressão imposta pela periodicida<strong>de</strong><br />

diária das emissões: “Num organismo como o que funcionava na RPL, cuja tarefa<br />

1648 Rádio Portugal Livre, uma emissora portuguesa ao serviço do povo, da <strong>de</strong>mocracia e da in<strong>de</strong>pendência nacional, in<br />

Avante!, VI série, 315, Abril <strong>de</strong> 1962<br />

1649 Rui Perdigão, O <strong>PCP</strong> visto por <strong>de</strong>ntro …, p. 57<br />

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